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Assuntos e Dúvidas de interesse na Odontologia

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Traumatismo Dental

Traumatismo Dental

Situações de emergência envolvendo a boca e os dentes quase sempre se transformam em experiências dramáticas para pais e crianças.

As estatísticas mostram que cerca de 14% das crianças e adolescentes passam, de alguma forma, por essas situações de emergência. Por isso, é importante estar preparado para se ter a atitude correta num momento desses. Apresentaremos, assim, os traumatismos mais comuns e qual a melhor atitude que deve ser tomada em tais circunstâncias.

Cortes e sangramentos. Quando uma criança sofre um traumatismo que provoca corte ou sangramento, deve-se colocar no lugar, sobre o ferimento, uma compressa de gaze ou pano limpo e pressionar bem, para que o sangramento seja controlado. Muitas vezes, é necessário suturar o ferimento, para que a cicatrização se processe de maneira adequada, e, tão logo seja possível, deve-se consultar um dentista.

Os primeiros passos de uma criança. Os acidentes mais comuns que ocorrem na dentição de leite são os que envolvem bebês e crianças que estão aprendendo a andar. O dente amolece em seu alvéolo ou é deslocado de sua posição original, podendo se deslocar para dentro do alvéolo (intruir) ou descer, dificultando o fechamento da boca. O dentista deve ser consultado, para que a extensão do dano seja avaliada. Muitas vezes, esse dano é maior do que aparenta ser. Frequentemente, é preciso radiografar o dente e observar por um período determinado. O dentista deve também orientar os pais sobre os cuidados a serem tomados na área afetada, assim como sobre futuros problemas que poderão comprometer a dentição permanente.

Mudança de cor do dente que sofre traumatismo. É comum ocorrer, após 2 ou 3 dias do acidente, uma mudança de cor, um escurecimento da coroa do dente. Essa mudança pode se perpetuar; nesses casos, quase sempre há perda de vitalidade do dente, e um tratamento de canal se faz necessário. Nos dentes de leite, nem sempre uma mudança de cor da coroa significa perda da vitalidade e, em muitos casos, a cor poderá retomar ao seu normal. O dentista deve ser consultado, para ser feito o acompanhamento.

Dente fraturado. É comum a fratura de um ou mais dentes em consequência de um traumatismo. Além disso, muitas vezes, pode ocorrer que o nervo do dente se danifique. Deve-se sempre consultar o dentista, para que ele possa avaliar a extensão do dano, tratar a fratura e prevenir eventualmente problemas da vitalidade futura do dente. A melhor maneira de se evitarem fraturas nos dentes é preveni- Ias; assim. no caso de esportes, como andar de bicicleta, andar de “skate“, basquete, vôlei, jogos de futebol ou “rugby” e outros esportes coletivos, é importante o uso de protetores bucais.

Converse com o seu dentista a respeito.

Perda total de um dente. Em certas circunstâncias, como impactos horizontais, é comum acontecer um deslocamento total do dente. É essencial que determinadas condutas sejam adotadas imediatamente, para que se aumentem as chances de salvar esse dente. Se o dente for de leite, a colocação deste de volta em seu lugar não é indicada; a probabilidade de sucesso é mínima. No caso do dente permanente, o reimplante é indicado.

Para que se obtenha sucesso no reimplante, é necessário:

Manter a calma e fazer a criança morder uma gaze ou um pano limpo, com pressão para que se possa controlar o sangramento.
Ache o dente.
Pegue o dente somente pela coroa. Não toque na raiz.
Resíduos devem ser cuidadosamente retirados do dente com soro fisiológico ou leite morno. Não esfregue o dente.
Coloque o dente de volta no seu lugar (no alvéolo) na boca da criança. Não se esqueça: a parte côncava do dente é do lado de dentro da boca. Faça a criança morder uma gaze ou um pano limpo, para que o dente se mantenha na posição. Procure imediatamente um dentista.
Se você não conseguir colocar o dente em sua posição, mantenha-o em uma solução de soro fisiológico ou em leite morno ou mesmo na boca da criança (debaixo da língua) e procure imediatamente um dentista. O resultado final de um reimplante depende muito do período que o dente ficar fora do alvéolo e da conservação do mesmo nesse período. O dente deverá ficar fora e seu alvéolo o menor tempo possível.

O dente reimplantado deverá ser “fixado” pelo dentista em sua posição e ter o seu canal tratado; mesmo assim, com o decorrer do tempo, haverá uma diminuição do tamanho de sua raiz. O tempo médio da permanência de um dente reimplantado na boca é de 1 até 5 anos; muitas vezes, esse tempo é o necessário para que a oclusão se defina e novas condutas possam ser tomadas.

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Tabagismo

 

A classe odontológica adverte: fumar provoca periodontite, mau hálito e câncer bucal.



Apesar de toda a conscientização, 4 milhões de pessoas morrem todo ano de problemas decorrentes do fumo e a Organização Mundial da Saúde estima que em 2020 serão 10 milhões. Tais números, obviamente, não chegam todo dia ao cidadão comum. Principalmente se esse cidadão está entrando na adolescência e tem coisas mais importantes a fazer do que ficar se prendendo a estatísticas. Mas as evidências estão aí, e não são poucas. Mesmo assim, por que tantas pessoas continuam fumando?

As agradáveis tragadas podem levar a problemas que, normalmente, não são diretamente relacionados pelos leigos. São os casos das doenças da boca. Quem fuma tem 4 vezes mais chances de contraír periodontite (doença que causa a destruição do osso que sustenta os dentes). Isso porque o fumo aumenta a descamação da mucosa oral, provaca aquecimento da gengiva, destruição do tecido ósseo e pode ter como conseqüência sérios problemas dentais.

Há a possibilidade de ocorrer outro problema, bem menos grave do ponto de vista físico, mas que representa um golpe fortíssimo naqueles que têm no cigarro uma forma de socialização: o desagradável mau hálito, aquele cheiro de ovo podre que costuma afastar as pessoas. Os fumantes têm mais possibilidades de serem vítimas desse problema. Confirmando o que estamos dizendo, basta verificarmos que os fabricantes de cigarro, preocupados com o fato, estão adicionando certas substâncias aromatizantes ao fumo, com o objetivo de neutralizar o odor desagradável que causa, sem contudo obterem êxito.

Podemos observar na boca de um fumante a atrofia das papilas gustativas, alterando a sensação do gosto dos alimentos. Pode trazer também uma série de transtornos, como redução do fluxo salivar, manchamento dos dentes, estomatites e até doenças mais graves como o câncer de mucosa bucal. Há uma relação direta entre o fumo e o carcinoma epidermóide, que é o principal tipo de câncer bucal.

 

Controle do Tabagismo na Prática Odontológica

O tabagismo é um hábito perigoso.

Está comprovado que fumar reduz o tempo de vida e causa aumento na incidência de câncer, doença cardíaca isquêmica, derrame, infarto do miocárdio e doenças pulmonares crônicas.1,2  Cerca de 90% de todos os cânceres de pulmão são atribuídos ao hábito de fumar, e a taxa de sobrevivência em cinco anos entre pacientes portadores de câncer é de 5 a 10%.

Além de ser prejudicial à saúde geral, o tabagismo também compromete a saúde bucal. O hábito de fumar foi associado ao aumento de risco de câncer bucal, leucoplasia, gengivite ulcerativa necrosante aguda,  guna candidíase bucal, insucesso de implantes dentais e doença periodontal, e interfere no resultado de terapias periodontais cirúrgicas e não cirúrgicas.

Fumar resulta em vasoconstrição periférica e, consequentemente, em prejuízo à cicatrização de feridas na boca.

Fumantes geralmente apresentam mais placa do que não fumantes, mas isso pode estar relacionado à má higiene bucal.  Não há fortes evidências do efeito do tabagismo na incidência de cárie dental; porém, há indicações de que alterações no pH e na capacidade tampão da saliva possam contribuir para sua formação.

Por fim, fumar causa descoloração nos dentes e nas restaurações dentais, prejudica os sentidos do olfato e paladar e, frequentemente, provoca halitose.

O hábito de mascar tabaco geralmente causa enrugamento da mucosa bucal e recessão gengival.

O uso de determinados produtos de tabaco sem queima pode resultar em aumento nos casos de câncer bucal, embora produtos comumente usados em algumas partes do mundo, como na Escandinávia, pareçam aumentar muito pouco esse risco.
As Obrigações da Equipe Odontológica

Devido às implicações do tabagismo na saúde a longo prazo, tanto na saúde geral como na saúde bucal, os profissionais de odontologia têm por obrigação estimular seus pacientes a pararem de fumar.

Intervenções dos profissionais da saúde contra o hábito de fumar apresentam bom custo-benefício devido à prevenção de doenças relacionadas ao cigarro.

Estimativas da porcentagem de dentistas que rotineiramente perguntam aos pacientes se eles fumam variam entre 33% e 84%.

Mesmo quando o tabagismo é confirmado, entretanto, a intervenção do profissional raramente vai além de aconselhar ao paciente que abandone o hábito.

Existem diversos empecilhos à intervenção dos dentistas e higienistas dentais contra o tabagismo dos pacientes. Entre os principais estão a falta de conhecimento sobre como ajudar o paciente a parar de fumar e a falta de tempo e de pagamento para essa intervenção.

Devido às implicações do tabagismo na saúde a longo prazo, os profissionais da odontologia têm por obrigação estimular seus pacientes a parar de fumar

Outros obstáculos incluem a ideia de que a intervenção contra o tabagismo não apresenta grandes perspectivas de  sucesso e não é da responsabilidade dos profissionais de odontologia.

Os profissionais de odontologia possuem oportunidades valiosas durante os exames bucais de rotina para influenciar nos hábitos de fumar, pois frequentemente entram em contato com fumantes que, de outra maneira, não procurariam atendimento médico.

Identificar os sinais de uso de tabaco durante os exames bucais pode facilitar o início de uma discussão com o paciente sobre os efeitos do tabagismo.

Experimentos clínicos mostraram que a intervenção dos profissionais de odontologia ajuda os pacientes a deixarem de fumar, e as taxas de abandono do tabagismo, observadas na maioria dos experimentos, variou de 10% a 44%, dependendo do grau de assistência oferecida.

Como Ajudar o Paciente a Parar de Fumar 

Um conhecimento maior sobre como ajudar um paciente a parar de fumar provavelmente estimularia mais profissionais da saúde dental a intervir. Para ajudar os clínicos, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos produziram um guia clínico prático para tratar do uso e da dependência do tabaco.6 A diretriz completa, um guia de consulta rápida para clínicos e um folheto para pacientes estão disponíveis no endereço www.surgeongeneral.gov/tobacco.

A diretriz descreve os cinco principais passos da intervenção clínica para ajudar os pacientes a pararem de fumar, também conhecidos como os “Cinco As”: ask, advise, assess, assist e arrange (perguntar, aconselhar, avaliar, auxiliar e planejar) (Tabela 1).

Os três primeiros passos — perguntar sobre o uso de tabaco, aconselhar os usuários a abandonarem o hábito e avaliarem o desejo do paciente de parar — podem ser realizados durante uma consulta clínica de rotina e requerem relativamente pouco tempo, esforço e treinamento. Se um fumante desejar parar, os próximos passos destinam-se a oferecer assistência prática para o alcance dessa meta, e providenciar follow-up para oferecer estímulo e cobrar resultados. Essa estratégia foi desenvolvida para tomar três minutos ou menos do tempo clínico; intervenções assim curtas podem aumentar de maneira significativa o índice de sucesso nas tentativas de abandono do tabaco.


Intervenções de apenas três minutos podem aumentar de maneira significativa o índice de sucesso nas tentativas de abandono do tabagismo
 

 

 

Usando os “Cinco As” como guia, e levando em conta as limitações de seus recursos, os profissionais de odontologia devem considerar até que ponto desejam intervir na dependência do tabaco e sua capacidade para isso.

 

Os “Cinco As” para Ajudar Pacientes que Desejam Parar de Fumar
 

Passo Ação Estratégias de Implementação
Perguntar Documentar rotineiramente acondição de tabagismo de todos os pacientes a cada consulta • incluir o uso de tabaco na ficha padrão a cada consulta• colar adesivo indicando uso de tabaco na ficha do paciente
Aconselhar Estimular todo fumante a parar de fumar• • fornecer informações de maneira clara e contundente• personalizar o aconselhamento com base na situação de vida do paciente (p. ex., estado de saúde, impacto do tabagismo na família, fatores econômicos)
Avaliar Determinar o desejo de tentar parar • se o paciente desejar parar, fornecer assistência (ver a seguir)• se o paciente não deseja parar, fazer intervenção motivacional (os “cinco R’s”; ver texto)
Auxiliar Ajudar o paciente a parar • ajudar o paciente a desenvolver um plano para parar (p. ex., determinar data, preparar apoio social, modificar o ambiente)• fornecer aconselhamento prático (p. ex., evitar outros fumantes, evitar uso de álcool, enfatizar a abstinência total, aprender com tentativas passadas)• promover um ambiente clínico de apoio• farmacoterapia recomendada, quando não contra indicada• fornecer materiais complementares
Planejar Agendar consulta de acompanhamento pessoalmente ou por telefone • durante a primeira semana após a data de abandono, com um segundo acompanhamento durante o primeiro mês• parabenizar o sucesso ou revisar as razões para fracasso e estimular uma nova tentativa

 

Todos os consultórios odontológicos deveriam ao menos monitorar o uso de tabaco pelos pacientes e aconselhar os fumantes a pararem de fumar.

Os profissionais de odontologia podem optar por implementar serviços próprios para abandono do tabagismo, encaminhar os pacientes para serviços disponíveis na comunidade ou estimular a disponibilização desses serviços por outros profissionais ou organizações de saúde.

No mínimo, os profissionais de odontologia devem ser capazes de orientar os pacientes a obterem informações que possam ajudar em suas tentativas de parar de fumar.

Além do aconselhamento e do suporte social, auxílios farmacológicos são seguros e eficazes para aumentar a probabilidade de uma tentativa bem-sucedida de parar de fumar

A terapia de reposição da nicotina destina-se a satisfazer o desejo do fumante pelo uso de nicotina, sem a utilização de produtos derivados do tabaco.8  Gomas de mascar e adesivos com nicotina são vendidos sem prescrição nos Estados Unidos e no Canadá.6,8 Além disso, inaladores e sprays nasais com nicotina podem ser usados.

O medicamento antidepressivo bupropiona também é indicado para parar de fumar.6,8 Essa droga pode apresentar efeitos

particularmente benéficos, uma vez que pacientes deprimidos geralmente apresentam índices de sucesso mais baixos ao tentar abandonar o tabagismo, e algumas pessoas não deprimidas podem se tornar deprimidas ao tentar parar de fumar.

Após treinamento adequado ou consulta com o médico do paciente, os dentistas podem prescrever farmacoterapia antitabagismo.  As contraindicações para cada terapia e possíveis interações entre as drogas naturalmente devem ser consideradas antes de se recomendar a farmacoterapia ao paciente.

Se um paciente não quiser parar de fumar, recomenda-se uma intervenção motivacional com base nos cinco “Rs”: relevance, risks, rewards, roadblocks e repetition (importância, riscos, compensações, obstáculos e repetição).6 Em resumo, deve-se pedir ao paciente para indicar a importância pessoal de parar de fumar, as consequências negativas do tabagismo, benefícios de parar e obstáculos que dificultam o abandono do hábito. O clínico pode ampliar as respostas do paciente, destacar pontos que sejam relevantes para a situação pessoal do paciente ou sugerir formas de vencer as barreiras para o abandono. A intervenção motivacional deve ser repetida a cada contato com o paciente.

Ao lidar com pacientes que pararam de fumar recentemente, os profissionais de odontologia devem reforçar a decisão do paciente, discutir os benefícios de abandonar o hábito e oferecer assistência para as dificuldades que o paciente estiver experimentando.

Quando se trata de parar de fumar, os profissionais de odontologia podem fazer a diferença

Eles tratam de fumantes diariamente, podem facilmente reconhecer os efeitos do tabagismo na saúde bucal e têm a oportunidade de incentivar os fumantes a abandonar o hábito. Se dentistas e higienistas bucais não tiverem tempo e recursos suficientes para dedicar a uma intervenção para o abandono do tabagismo, recomenda-se que encaminhem os pacientes para serviços específicos de auxílio para parar de fumar. Por meio da redução da prevalência do uso de tabaco, dentistas podem melhorar tanto a saúde bucal quanto a saúde geral dos pacientes.

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Dentes Sisos

Os sisos (ou terceiros molares) são os últimos dentes a desenvolverem-se. O ser humano, em sua maior parte, tem quatro sisos, um em cada canto da boca. Normalmente desenvolvem-se entre 16 e 20 anos. Também são chamados porpulamente de “Dente do juízo”.

O dente do siso não está presente em todas as pessoas, algumas vezes porque a pessoa não tem o gene deste dente e outras vezes porque ele não erupcionou por falta de espaço na arcada dental ou por estar na posição “errada” dentro do osso.

Problemas

Muitas vezes, os dentes do siso ficam presos ou encaixados no osso do maxilar ou simplesmente não saem. Isto pode causar sobreposição ou deslocação de outros dentes ou levar ao desenvolvimento de cárie dentária localizada. Os dentes do siso ficam presos no osso do maxilar em posições fora do normal, por vezes na horizontal, o que os impede de saírem de forma normal.

 

 Inclusão horizontal

 Inclusão angular

 Inclusão vertical

 

Se o terceiro molar permanecer dentro do osso, ele pode produzir reabsorções de dentes vizinhos, transtornos dolorosos ao paciente e possíveis lesões císticas.

Mas se o dente erupcionar parcialmente, ele pode vir a gerar um quadro infeccioso inflamatório, que é conhecido por pericoronarite, e tal quadro gera muita dor para o paciente, além de inchaço, mau odor e irritação local.

Além de todos estes itens, estes dentes ainda podem ser responsáveis por fortes dores faciais e enxaquecas por comprimir os feixes nervosos, na dependência da sua posição dentro dos ossos maxilares.

Por ser responsável por tantos inconvenientes, estes dentes são geralmente extraídos, mesmo sendo dentes íntegros, ou seja, inteiros e sadios.

Os dentes do siso devem ser extraídos quando os mesmos estiverem causando dor ou inflamação, quando o espaço não for suficiente na arcada dentária para a correta erupção dos mesmos ou quando estiverem mau posicionados dentro do osso.

O que são Dentes do Siso?

Dentes do siso são os últimos molares de cada lado dos maxilares. São também os últimos dentes a nascer, geralmente entre os 16 e 20 anos de idade.

Como os dentes do siso são os últimos dentes permanentes a aparecer, geralmente não há espaço suficiente em sua boca para acomodá-los. Isto pode fazer com que os dentes do siso fiquem inclusos – dentes presos embaixo do tecido gengival por outros dentes ou osso. Se os dentes estão inclusos, pode ocorrer inchaço ou flacidez.

Os dentes do siso que erupcionam apenas parcialmente ou nascem mal posicionados também podem causar apinhamento e outros problemas. Como os dentes removidos antes dos 20 anos de idade têm raízes em menor estágio de desenvolvimento e causam menos complicações, recomenda-se que as pessoas entre 16 e 19 anos tenham seus dentes do siso examinados para verificar se precisam ser removidos.

Como são extraídos os dentes do siso?     
A extração se faz de forma rotineira. Seu dentista pode recomendar anestesia geral ou local. Após a extração do dente (ou dentes), você precisará morder suavemente um pedaço de gaze durante 30 a 45 minutos após deixar o consultório, para estancar qualquer sangramento que possa ocorrer.

Você poderá sentir um pouco de dor ou inchaço, mas que passará naturalmente após alguns dias; no entanto, você deverá ligar para seu dentista se houver dor prolongada ou intensa, inchaço, sangramento ou febre.

A extração dos dentes do siso devido ao apinhamento ou fato de estarem inclusos no osso maxilar não afeta a sua mordida ou a sua saúde bucal no futuro.

 

Os sisos devem ser sempre extraídos?
R: Não. Os sisos possuem esta fama de dentes que só servem para dar “dor de cabeça”. E é verdade. São poucas as situações clínicas em que os terceiros molares, popularmente conhecidos como sisos, são úteis dentro da boca. Não participam da mastigação, são de difícil acesso para escovação e muitas vezes erupcionam de forma errada, podendo prejudicar o dente vizinho (segundo molar) ou dar origem a problemas mais sérios. É por isso que são constante-mente indicados para exodontia. Se a partir dos 20 anos de idade, tais dentes ainda não tiverem dado sinais de erupção, está indicada a realização de uma radiografia panorâmica para checar a posição e prever um prognóstico para os todos os sisos.

 

Após uma cirurgia, o paciente incha muito?
R: O inchaço é característica comum nos processos pós-operatórios. É uma resposta do organismo frente às injúrias causadas pelo procedimento. O problema é que o inchaço muitas vezes vem acompanhado de sensação dolorosa. A maioria das cirurgias é planejada em associação com medicamentos para minimizar o mais possível tais indesejados efeitos. Por isso, faz-se necessário o preenchimento por parte do paciente de um questionário que informa todo seu histórico médico e possíveis reações alérgicas, para que o profissional seja capaz de indicar o medicamento certo para determinado procedimento cirúrgico.

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Retirar os dentes do siso pode evitar problemas na arcada

Hoje não há mais motivo para temer o procedimento. Segundo o cirurgião dentista Leonardo G. Gaspar, novas tecnologias facilitam a retirada
.

A retirada do dente do siso é vista como tabu pela maioria das pessoas devido ao medo do procedimento, de dentista ou por simples falta de informação sobre o assunto. O que essa parcela significativa desconhece é que a não extração do siso pode acarretar em problemas ainda mais graves do que passar pela cirurgia no momento adequado. Em grande parte dos casos, os dentes inclusos acabam por desestabilizar a arcada dentária, principalmente a inferior, em função da curva de erupção.
Luiza Bernardo, 22, estudante de fisioterapia, recentemente teve um parecer quanto à disposição de sua arcada dentária. Há dois anos os incisivos de Luiza começaram a entortar, sendo que o esquerdo estava encavalando sobre o direito. Os constantes adiamentos para a cirurgia do siso culminaram com o inevitável: a extração agora será seguida da colocação de aparelho fixo odontológico. Neste caso, adiar a extração do siso somente agravou o quadro dentário.

Segundo o cirurgião dentista Leonardo G. Gaspar, da Clínica J.C. Gaspar, em São Paulo, as técnicas cirúrgicas para remoção do dente de siso evoluíram muito e não existe mais motivo para evitar a extração. “O paciente não pode – e não deve – sofrer nem antes, nem durante nem depois da remoção do dente de siso”, afirma .

Atualmente, não há motivos para temer a retirada do dente em razão da tecnologia empregada na radiografia bucal. Hoje, o especialista pode avaliar por meio de tomografias tridimensionais a posição exata do dente e sua relação anatômica com a passagem dos nervos, inclinação das raízes etc. “Tudo isso já serve para minimizar os efeitos do procedimento e reduzir também consideravelmente o tempo de cirurgia”, lembra Gaspar.

De acordo com o especialista, o momento ideal para remoção do siso é quando as raízes ainda não foram completamente formadas, pois isso vai evitar maiores dificuldades durante o procedimento, como a quebra do dente em partes menores.

Programado biologicamente para nascer aos 18 anos (ou próximo a isto), o siso tem encontrado empecilhos para surgir. O problema com o 3º molar (ou siso) decorre da alimentação infantil inadequada: calcada basicamente na ingestão de alimentos líquidos e semi sólidos (conhecida como geração “Danoninho”). Afinal, o maior estímulo de crescimento do osso maxilar é a mastigação eficiente na idade de crescimento, o que se encontra cada vez mais raro. Por isso, o crescimento fica em débito e conseqüentemente o último dente (dente do siso) é o mais prejudicado.

Uma ajuda bem-vinda para lidar com o medo de dentista é um recurso adicional para atenuar as dores da extração: o uso da anestesia. “Para esse procedimento cirúrgico pode-se usar, além da anestesia convencional, a sedação consciente nos pacientes muito ansiosos, ou que têm muito medo da cirurgia. Esse tipo de sedação faz baixar o nível de tensão do paciente, permitindo um trabalho mais tranqüilo e sem angústia para ele e também para o cirurgião”, destaca Leonardo. O especialista lembra também que, mesmo com uma cirurgia tranqüila, o paciente deve seguir as instruções de repouso, gelo, alimentação leve, cuidado com higienização e tomar
a medicação adequada.          

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Sensibilidade Dental

O que é a Sensibilidade Dental?

 

 O que quer dizer ter dentes sensíveis?

A sensibilidade dentária é a dor causada por desgaste da superfície do dente. A causa mais comum desta sensibilidade na pessoa adulta é a exposição da raiz dos dentes na área cervical, ou colo, devido à retração gengival. Como a raiz não está coberta pelo esmalte, milhares de canalículos que vão do centro do dente e levam o feixe nervoso da polpa até a superfície ficam expostos e acusam a dor. Quando o calor, frio ou pressão afeta esses canalículos, você sente dor. Ignorar os dentes sensíveis pode levar a outros problemas de saúde bucal. Especialmente se a dor fizer com que você não escove bem seus dentes, tornando-os vulneráveis às cáries e doenças gengivais.

Como saber se meus dentes são sensíveis?

Se você sentir uma sensação dolorosa em seus dentes após tomar bebidas ou comer comidas quentes ou frias, seus dentes são sensíveis. Mas não é só você que sente isto. É um problema que afeta um em cada quatro adultos, às vezes de forma não permanente.

Como tratar dentes sensíveis?

Em primeiro lugar, fale com seu dentista. A sensibilidade dos dentes geralmente pode ser tratada e curada. Seu dentista pode prescrever flúor em gel ou um enxaguante bucal com flúor. Você também pode tentar cremes dentais de baixa abrasividade com formulações feitas especialmente para dentes sensíveis. Pergunte ao seu dentista quais são os produtos mais adequados para o seu problema de sensibilidade. Tenha cuidado com a escovação e evite que seus dentes se desgastem ainda mais. Uma escovação muito forte, uma prótese parcial com grampos e aparelhos muito apertados e justos podem também levar à abrasão.

 

Saiba mais sobre a sensibilidade dentária

Uma das situações mais desagradáveis para o paciente e de difícil solução para o dentista é a sensibilidade dentária ou sensibilidade de colo, como é chamada. No Brasil para cada 10 pacientes, 6 têm sensibilidade de colo.
Extrapolando-se esses dados para uma população de mais de 150 milhões de habitantes podemos avaliar que um grande número de brasileiros sofre desse tipo de desconforto.
Em condições normais a dentina encontra-se recoberta pelo esmalte que protege o dente. Na coroa e na raiz a dentina é protegida pelo cemento. Tanto o esmalte como o cemento protege o dente contra os estímulos da própria cavidade bucal, como por exemplo: gelado, quente, azedo, doce e salgado.
A dentina começa a acusar um grau de sensibilidade quando da perda dessa proteção e quando principalmente da retração gengival. Isso ocorre por exemplo, com a escovação errada, escovação forçada, isso associado as escovas duras e pastas abrasivas que causam atrição e desgastes das estruturas dentinárias e retração gengival.
Mas com escovação correta e pastas sem ser abrasivas, de preferência em forma de gel e com flúor você corrige e evita as principais retrações gengivais. A escovação deve ser feita da gengiva para o dente, os superiores escova-se de cima para baixo começando dos molares direitos indo até os molares esquerdos, nos inferiores a escovação é a mesma só que você posiciona a escova na gengiva e escova de baixo para cima.
Outra causa da sensibilidade dentária é a erosão causada pelos ácidos encontrados em alimentos e bebidas como refrigerantes. Crianças e adultos que tomam refrigerantes a todo momento podem desenvolver muita sensibilidade dental.
A regurgitação e o refluxo gastrointestinal causados pelas hérnia de hiato, hérnia de estômago, podem levar ácidos do estômago para a boca e causar descalcificação dos dentes e dar muita sensibilidade.

 

Sensibilidade dentária

Se ocasionalmente sente uma dor súbita ou uma sensação de incómodo quando come comidas doces ou amargas ou bebe algo quente ou frio, pode ter dentes sensíveis. A dor dos dentes sensíveis não é sempre constante; pode aparecer e desaparecer. A dor constante pode ser um sinal de um problema mais sério. É importante falar acerca dos seus sintomas com o seu dentista para determinar a causa e o tratamento apropriado.

O que causa a sensibilidade dentária?

Nos dentes saudáveis, o tecido poroso chamado dentina está protegido pelas gengivas e pela cobertura de esmalte dos dentes. Quando se perde esta proteção, buracos microscópicos na dentina permitem que o calor, o frio e outros agentes irritantes sejam transmitidos para o nervo do dente causando a dor. A dentina pode ficar exposta devido a:

  • Gengivas em recessão devido a escovação inapropriada ou a doenças nas gengivas.
  • Dentes fraturados ou lascados.
  • Cerrar os dentes (BRUXISMO).
  • Processo de envelhecimento.

Dependendo do diagnóstico, o seu dentista pode recomendar um ou mais dos seguintes tratamentos para aliviar os sintomas da sensibilidade dentária:

  • Uma escova de dentes macia.
  • Uma pasta de dentes especial que pode bloquear o acesso ao nervo ou tornar o próprio nervo menos sensível.
  • Um elixir ou gel com flúor para dentes sensíveis.

Estes métodos demoram algumas semanas a fazer algum efeito.

A sensibilidade dentária é um efeito colateral considerado comum e indesejável durante o clareamento dentário, sendo o flúor tópico indicado como um dos meios de evitar esta ocorrência. O presente trabalho, realizado sob a forma de um estudo clínico duplo-cego, teve por objetivo investigar a capacidade dessensibilizante do flúor tópico a 0,05 por cento e 5 por cento durante clareamento caseiro com peróxido de carbamida a 10 por cento. Um total de 33 pessoas (idade entre18 a30 anos) foi selecionado, os quais utilizaram durante 1,5 horas, Peróxido de Carbamida a 10 por cento (Opalescence), por 14 dias. Estes foram divididos em três grupos de 11 (placebo, flúor a 0,05 por cento, flúor a 5 por cento) aleatoriamente, recebendo em esquema duplo-cego um dos três tratamentos suplementares para utilização em moldeira individual durante 1 minuto. Terminado o tratamento, os pacientes responderam um questionário sobre sensibilidade. A análise das fichas sobre sensibilidade demonstrou que, para o grupo placebo, houve um índice de 63,63 por cento dos pacientes com sensibilidade e, para os grupos que utilizaram gel de flúor a 0,05 por cento e 5 por cento, respectivamente, 80 por cento e 60 por cento. O cruzamento de variáveis com Teste do Qui-quadrado e Prova Exata de Fisher (p < 5 por cento) quanto ao índice de sensibilidade durante o clareamento, demonstrou não haver dependência entre a variável em questão com relação ao grupo. Este protocolo de uso do flúor tópico não demonstrou ser eficaz na atenuação de sensibilidade dentária durante clareamento caseiro (AU)

A sensibilidade da gengiva muitas vezes está relacionada a inflamação ocorrida nela pela presença de bactérias que se acumulam na cavidade bucal, principalmente ao redor dos dentes, chamada de placa bacteriana. Além disso, outro fator que pode causar sensibilidade na gengiva é a forma como a pessoa faz a escovação, associada ao tipo de escova (cerdas duras) que utiliza. Se o paciente tiver uma forma de escovação muito violenta, forçando demasiadamente as cerdas da escova sobre os dentes e gengivas, haverá um trauma sobre a região. Esse trauma, por sua vez, é responsável pelo surgimento de dor e sensibilidade na gengiva, sem falar no desgaste do esmalte dos dentes. Quanto à questão das manchas brancas, sem um exame adequado do paciente, fica difícil dar um diagnóstico preciso sobre o que está acontecendo. Mas, pelos sintomas, avalio que é importante e urgente que você procure um profissional especializado nessa área — um periodontista (especialista no tratamento de gengiva). Assim, será possível tirar as suas dúvidas de forma mais segura.

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Saliva

                                     SALIVA

 

Saliva, a grande amiga da boca   

Dra. Ana Bastos
Data: 2007-08-27

Mais do que incómoda, a boca seca é lesiva para a saúde oral. Cáries, alterações do paladar e da voz são algumas das suas consequências. Idosos, pessoas que tomam antidepressivos e fumadores são mais propensos a padecerem deste mal, que pode, no entanto, ser tratado.

Xerostomia. É esta a designação clínica de boca seca. Em situações ocasionais, resulta simplesmente da ansiedade ou nervosismo. Noutros casos, quando a secura é crónica, exige uma consulta médica e um tratamento adequado.

O poder da saliva  

A grande e mais básica função da saliva é manter a boca húmida. Para além disso é responsável na ajuda da digestão, lubrificação e regulação do pH, funciona como barreira protetora e tem uma ação antibacteriana e antifúngica. Ao ajudar a eliminar os restos de alimentos e a placa bacteriana, a saliva previne a cárie dentária devido aos minerais que contém, limita o crescimento de bactérias que danificam o esmalte dos dentes, neutraliza os ácidos prejudiciais ao equilíbrio da boca e potencia-nos o paladar. Por isso, uma pessoa com xerostomia pode sofrer de alterações de voz e do paladar, disfagia (dificuldade de engolir), candidíase (fungo), dificuldade na retenção de próteses e maior formação de tártaro.

Idosos são grupo de risco  

A secura da boca é mais frequente nos idosos, pois as glândulas salivares vão produzindo menos saliva à medida que a idade avança. Ainda assim, não são o único grupo de risco. As pessoas que tomam antidepressivos (que são cada vez mais no nosso país), antihistamínicos, antidiabéticos orais (biguanidas), medicamentos para a hipertensão ou para a incontinência estão mais predispostas a sofrerem deste mal.

Tabaco, álcool e café       

Há, no entanto, fatores que podem despoletar a doença facilmente evitáveis, como o consumo de tabaco, bebidas alcoólicas e café em excesso. O ressonar e os respiradores bocais são também grandes responsáveis pela xerostomia. As glândulas salivares também podem ser afetadas por alguns tratamentos, sobretudo de oncologia. A quimioterapia pode alterar a qualidade e quantidade da saliva produzida e a radioterapia, principalmente se incidir na cabeça e pescoço, pode danificar as próprias glândulas salivares.

Tratamento existe!

A boa notícia é que a boca seca tem tratamento. Se tiver estes sintomas, deve consultar o seu médico ou dentista. Informe-o sobre os medicamentos que está a tomar, pois por vezes um ajustamento da dosagem de algum deles pode melhorar a quantidade de saliva. Se a causa é um deficiente funcionamento das glândulas salivares, pode ser prescrito um fármaco que estimule a produção de saliva. Os estimuladores de produção de saliva, os sialogogos, a saliva artificial incluem-se também no tratamento. Sobretudo, não se esqueça: a saliva é amiga da saúde oral e não deve ser desprezada.

Truques!

Para manter a boca húmida, há também alguns cuidados básicos. Aumente a ingestão de líquidos, principalmente água, evite elixires com álcool, mastigue pastilhas e chupe rebuçados duros. Mas atenção, estes produtos não devem ter açúcar!

TESTE

Sofre de xerostomia? Faça o teste e descubra.

Costuma ter a boca seca:
a) todos os dias
b) de vez em quando
c) raramente

Está na faixa etária:
a) mais de 60 anos
b) entre 40 e 60 anos
c) menos de 40 anos

Costuma fumar:
a) dois maços por dia
b) menos de um maço por dia
c) não fumo

Consome álcool:
a) todos os dias
b) com muita frequência
c) raramente

Costuma beber:
a) mais de três cafés por dia
b) até três cafés por dia
c) esporadicamente

Resultados:

Maioria respostas A: recomenda-se que consulte o seu médico.

Maioria respostas B: deve ter maior atenção ao consumo de álcool, tabaco ou café. Pode não ter ainda um problema, mas esteja atento aos fatores de risco.

Maioria respostas C: Não sofre de boca seca, mas atenção que o risco aumenta com a idade.

Pesquisa aponta um novo fator associado ao problema que atinge 30% dos brasileiros

O mau hálito pode ser provocado por diversos aspectos já conhecidos por especialistas. Um estudo inédito realizado por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) acaba de acrescentar um novo fator associado a esse problema, que os dentistas chamam de halitose: a saliva viscosa.

A pesquisa, concluída em março deste ano, teve a participação de 34 adultos de ambos os sexos, entre 20 e 70 anos, sem queixa específica de mau hálito. Escolhida de forma aleatória, a maioria não apresentava problemas de higiene bucal e foi submetida a diferentes testes. Entre os pacientes com saliva viscosa, 73% tinham mau hálito; entre aqueles sem viscosidade, o índice era de 57%.

“O resultado mostra que há uma maior chance de se encontrar um paciente com saliva viscosa e halitose do que um paciente com saliva viscosa e sem esse problema”, explica dentista Denise Falcão, autora do estudo. “Mas é importante frisar que a viscosidade da saliva não é um fator preditivo para o diagnóstico do mau hálito.”

A saliva viscosa é caracterizada pela grande quantidade de mucina – sustância que favorece a fixação de bactérias, restos alimentares e células descamadas da boca. As bactérias, ao metabolizarem as células descamadas, que são ricas em aminoácidos com enxofre, liberam essa substância que provoca o mau hálito.

Para saber se a saliva é viscosa, a especialista sugere um simples teste. Ao colocar um pouco dela na palma da mão, o indivíduo deve pressionar com o dedo indicador da outra mão a saliva e depois afastar aos poucos. Se o “fio” formado por ela for maior que 4 centímetros, pode-se considerar que se trata de uma saliva viscosa. Uma maneira mais eficaz de verificação é realizada por meio de equipamentos específicos utilizados pelos dentistas, como o chamado Neva meter, ainda pouco comum no país.

Falcão explica que a alta viscosidade está relacionada ao consumo excessivo de proteínas e tabagismo, baixa ingestão de água, processos alérgicos, além de alterações hormonais. Até pessoas que têm uma pequena intolerância à lactose (ingrediente característico do leite animal ou derivados) podem apresentar uma alteração na saliva, que a deixa mais grossa. “Apenas um profissional bem treinado pode identificar as causas e os tratamentos adequados”, lembra a pesquisadora.

Entre as causas da halitose, estão fatores de origem bucal, como alterações dos padrões salivares, doenças gengivais, descamação excessiva das células epiteliais (maioria das ocorrências). Entretanto, a halitose pode se manifestar em decorrência de fatores fisiológicos como a menstruação, fatores psicossomáticos como ansiedade e depressão e, alterações patológicas de origem gástrica e até intestinal. Neste último caso, o mau hálito está associado a deficiências no processo digestivo, tanto para quem sofre de prisão de ventre quanto os que têm alergia à lactose: o enxofre presente nas fezes e nos gases, quando absorvido na corrente sanguínea, passa para o pulmão e é exalado com odor bem desagradável.

Durante os testes, a equipe verificou com ajuda de aparelhos a quantidade de enxofre presente no fluxo expiratório dos participantes e também a viscosidade da saliva. Um terceiro teste foi avaliado por meio do olfato humano, feito pela dentista, um assistente e um técnico em higiene bucal. “Esse foi um trabalho de pesquisa piloto”, conta Falcão. “Pretendemos ampliá-lo no próximo ano, em um estudo com 200 participantes.”

Segundo a dentista, a identificação do problema por seu portador não é uma tarefa fácil, porque o olfato humano se acostuma em poucos segundos com o próprio hálito. Mas ela recomenda algumas dicas para evitar esse mal: “beber pelo menos dois litros de água durante o dia, não permanecer longos períodos em jejum, comer alimentos ricos em fibras, como cereais, frutas e verduras cruas, pois ativam as glândulas salivares, além de favorecerem o bom funcionamento intestinal“, completa a pesquisadora.

 

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Ronco e Apnéia

RONCO E APNÉIA DO SONO

APARELHO ORAL É UMA NOVA OPÇÃO DE TRATAMENTO           

O Ronco e a Síndrome da Apneia do sono têm sido muito discutidos no Brasil e no mundo na atualidade. Este problema, além dos transtornos sociais e psicológicos, trás consequências físicas para o paciente (hipertensão, arritmias cardíacas e AVC).

A Apneia do sono é a obstrução das vias aéreas por alguns momentos durante a noite, pela flacidez dos tecidos da garganta, impedindo a respiração por alguns segundos, varias vezes por noite, e o ronco é a vibração dos tecidos da garganta quando o ar passa.

Esses problemas são frequentes no homem a partir dos 30 anos e nas mulheres a partir da menopausa. Recentemente o tratamento através de aparelhos orais, tem ganhado importância no tratamento desses problemas, pela facilidade de adaptação e eficácia dos aparelhos, que vem ganhando espaço como uma das principais formas de tratamento para estes problemas.

Estes aparelhos são construídos de modo a posicionar a mandíbula mais para frente, possibilitando que a passagem do ar na garganta fique desobstruída. Existem algumas limitações que precisam ser avaliadas, muitas vezes com o auxílio do médico de sono e da polissonografia, que é um exame onde a pessoa dorme na clínica uma noite, sendo monitorada em todos os aspectos do seu sono.

Os principais sintomas da apneia do sono são o ronco e a sonolência diurna excessiva. O ronco é um também um fator de desagregação familiar, muitas vezes levando a pessoa que ronca a dormir em quarto separado, bem como torna a pessoa que ronca motivo de piadas entre companheiros de trabalho, de pescarias ou acampamentos, ou quando tem que dividir quarto de hotel, etc…

Qualquer pessoa pode usar este aparelho?

Não, existem algumas limitações para o uso do aparelho que podem ser:

a) Impossibilidade de reter o aparelho na boca. Pacientes que têm poucos dentes ou usam próteses extensas, principalmente dentaduras ou próteses removíveis, podem ter dificuldade em reter o aparelho na boca, devendo o caso ser bem avaliado antes de se indicar o aparelho. Pessoas com problemas periodontais severos, em que os dentes apresentam mobilidade acentuada, e pessoas portadoras de prótese total INFERIOR não têm condições de usar o aparelho, pois nesses casos é impossível reter o aparelho na boca
b) Casos em que a perspectiva de bons resultados é pequena. Pacientes muito obesos ou com índice de apneia muito acentuado (acima de 40 apneias por hora) precisam ser bem avaliados pois a perspectiva de resultados é mais pobre, devendo-se optar por outro tipo de tratamento, ficando o aparelho como uma segunda opção ou para ser usado em conjunto com outros tratamentos
c) Nos casos em que o paciente tem problemas na Articulação (ATM) da mandíbula (dor, estalos ou desvios), pois o aparelho pode agravar estes problemas

 

Como devo proceder para fazer o aparelho?
Em primeiro lugar é preciso fazer uma avaliação, onde o dentista verifica as condições para a colocação do aparelho, se é necessário fazer alguns exames complementares, como a polissonografia, radiografias ou exame com o médico de sono ou otorrinolaringologista, também é avaliada a condição dentária verificando possíveis problemas que precisem ser tratados antes da colocação do aparelho.
Como o aparelho funciona?
O aparelho funciona avançando a mandíbula e mantendo-a firmemente nessa posição. O avanço da mandíbula faz com que os tecidos da garganta de “estiquem” aumentando a abertura para a passagem do ar, também o avanço mandibular estimula um reflexo que faz a musculatura da faringe e arredores ficar mais tensa, mais firme, evitando o ronco. Mantendo a mandíbula presa ao aparelho, ele não permite que ela “caia” durante o sono, abrindo a boca, pois esse movimento de abertura geralmente é seguido de um reflexo que faz a língua ir para traz obstruindo a passagem do ar
O uso do aparelho “cura” o ronco e a apneia?
Não, o aparelho não produz nenhuma mudança física no paciente, resolvendo o problema apenas enquanto estiver sendo usado, é mais ou menos como os óculos, que corrigem a visão mas não modificam o olho
Porque é precisamos nos preocupar com a apneia?
Apesar do ronco ser o problema mais incômodo, a apneia do sono é o problema mais importante e precisamos nos preocupar com ela, pois ela afeta vários órgãos do nosso corpo, principalmente o coração, onde aumenta em até 30% a possibilidade de desenvolver arritmias, hipertensão, infarto e derrame cerebral
Posso morrer sufocado numa crise de apneia?
Não, pois o cérebro controla o nível de oxigênio e gás carbônico no sangue e quando eles se alteram a pessoa acorda e volta a respirar. A apneia não mata, mas aumenta muito a chance de desenvolver doenças que matam como o infarto do coração e os derrames cerebrais
Porque é preciso fazer a polissonografia e o que é esse exame?
A polissonografia é o exame que é feito na clínica de sono, onde o paciente dorme uma noite e é monitorado em vários aspectos do seu sono, contrações musculares, problemas respiratórios e cardíacos entre outros, é necessário para se detectar a apneia do sono. É através da polissonografia que se pode medir se o paciente tem uma apneia leve, moderada ou grave, também podemos verificar se existem outros distúrbios do sono que tem sintomas parecidos com a apneia, mas tratamentos diferentes, também para que se possa avaliar os resultados do tratamento faz-se uma antes e uma depois para comparar os resultados

 Tipos de Aparelhos Bucais para ronco e apneia do sono.

Historicamente, os dispositivos bucais utilizados para tratar o ronco e a apneia do sono são derivados do Monobloco idealizado por Pierre Robin, em 1934. Atualmente, podemos descrevê-los e classificá-los como:

1) Aparelhos Retentores de Língua (ARL): são dispositivos confeccionados com material flexível que tracionam a língua por sucção mantendo-a anteriorizada por meio de bulbo localizado na região dos incisivos superiores e inferiores. São indicados para pacientes edêntulos totais;

2) Aparelhos Elevadores de Palato (AEP): esses possuem hastes metálicas que sustentam botão de acrílico em sua extremidade para elevar o palato mole e impedir a queda da úvula em direção a orofaringe. Estão em desuso devido ao desconforto e ao reflexo de vômito que provocam;

3) Aparelhos de Avanço Mandibular (AAM): estes dispositivos são os mais utilizados e investigados na literatura médica e odontológica. São indicados para pacientes dentados com quantidade de elementos dentários suficientes para ancoragem e retenção do dispositivo. Podem ser classificados em: a) AAM imediato: Monobloco; NAPA; b) AAM ajustáveis: Herbst, Klearway, EMA; c) AAM dinâmico: Aparelho ITO.

Os aparelhos bucais são indicados para tratamento do ronco e da apneia leve e moderada, sendo considerados a primeira escolha para esses transtornos desde 1995 quando a American Sleep Disorders Association os reconheceu como alternativa eficaz à terapia com o CPAP.

É importante esclarecer que em casos de apneia grave (IAH≥30/hora), os aparelhos bucais também podem ser utilizados desde que outras modalidades terapêuticas tenham sido contraindicadas ou recusadas.

3.1) Princípio de ação dos Aparelhos de Avanço Mandibular (AAM)

As principais estruturas ósseas do complexo craniofacial que influenciam na dimensão das vias aéreas superiores são: a mandíbula e o osso hióide. A anteriorização mandibular, realizada pelos AAM, aumenta a atividade dos músculos genioglosso e pterigóideos laterais transmitindo tensões à musculatura supra e infra-hióidea, que, por conseqüência, irá proporcionar um posicionamento ântero-superior do osso hióide em relação a coluna cervical e ampliará as dimensões do conduto faríngeo. Essa nova situação anatômica é capaz de reduzir a vibração dos tecidos moles da orofaringe e assim, permitir a ventilação adequada durante o sono.

Diversos estudos publicados na literatura, por análise cafalométrica, têm demonstrado, bidimensionalmente, que as alterações morfológicas produzidas pelos aparelhos de avanço mandibular nas vias aéreas superiores e no posicionamento do hióide de pacientes com apnéia do sono são capazes de promover aumento da porção posterior do espaço aéreo da faringe .

Outros estudos, como os de Ryan (1999), Gale et al (2000) e Kyung (2004) comprovaram por meio de tomografia computadorizada na posição supina e consciente, que o avanço mandibular, proporcionado pelos AAM, são capazes de ampliar tridimensionalmente o conduto faríngeo, mormente no plano lateral da região retropalatal e retroglossal, podendo este mecanismo ser o responsável pela redução significativa do IAH.

3.2) Aparelho ITO – Sistema Dinâmico de Placas Inteligentes

Diferentemente dos dispositivos apresentados na literatura, o Aparelho ITO possui mecanismo de ação dinâmico que atua considerando a fisiologia neuromuscular do sistema estomatognático e o estado de inconsciência (sono) do paciente. Assim, permite que a mandíbula realize todos os movimentos fisiológicos e suas combinações, quando em posição, durante o sono.

Esse mecanismo depende da ação de elásticos intermaxilares, os quais operam em sinergia e sincronia com os músculos da mastigação, principalmente com os músculos pterigóideos laterais de ambos os lados a partir da posição de isotonia muscular.

O Aparelho ITO é composto por duas bases metálicas (Cromo-Cobalto) para Prótese Parcial Removível (PPR) modificada, com opção para fios ortodônticos de aço inoxidável de secção transversal de 0,9mm, e duas placas miorrelaxantes (superior e inferior) de acrílico quimicamente ativado sobre cada estrutura metálica. Essas placas miorrelaxantes são articuladas por meio de elásticos intermaxilares, em vetor Classe II (3/16¨ ou 1/8¨), que são adaptadas bilateralmente em molas fechadas localizadas na região dos caninos superiores e alças do tipo Tie Back na região dos molares inferiores.

É fabricado utilizando o articulador semiajustável para personalizar a curva oclusal do paciente.

Conforme Ito et al em 2000, as contra-indicações do Aparelho ITO são: 1) pacientes com desordens clínico-odontológica (carie, gengivas, entre outros); 2) disfunção do sistema estomatognático em condição aguda ou subaguda e 3) pacientes não cooperadores e/ou desmotivados.