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Uma Organização Não Governamental, sem fins lucrativos que presta atendimento odontológico especializado principalmente a pacientes especiais, no bairro de Vila Isabel no Rio de Janeiro / RJ.

Doença Periodontal

Doenca Periodontal

O que é periodonto?

É o conjunto de tecidos que está ao redor do dente e que é responsável pela sua fixação: gengiva, osso alveolar e fibras que ligam a raiz ao osso.

O que é Doença Periodontal ? É a mesma coisa que gengivite?

E o comprometimento dos tecidos periodontais pelo processo inflamatório, que leva à reabsorção do osso que está ao redor das raízes dos dentes, enquanto que, na gengivite, não há alteração óssea, pois a inflamação  só  atinge  a gengiva.

Como posso saber se tenho a Doença Periodontal?

O sinal mais característico é o sangramento, mas devemos estar atentos também para: alterações na posição dos dentes, mobilidade retrações gengivais, retenções de alimento, inchaço etc.

Ao perceber sangramento durante o uso do fio dental, devo suspender esse procedimento de limpeza?

Não, desde que esteja passando o fio corretamente. O sangramento denota a presença de bactérias nessa região e, dessa forma, é conveniente continuar com o uso do fio na tentativa de removê-las.

Existem medicamentos indicados para o tratamento?

Não é possível o tratamento desta doença somente com medicamentos, sejam estes locais ou sistêmicos. A placa bacteriana aderida ao dente tem que ser removida mecanicamente.

Qual a causa da Doença Periodontal?

A placa bacteriana aderida ao dente é a única causa, porém algumas alterações na gengiva podem estar associadas a causas hormonais, uso de alguns medicamentos, queda de resistência etc.  

 

 

 

Como o tratamento é realizado pelo cirurgião-dentista?

É feito com a remoção da placa bacteriana aderida através de raspagem e alisamento das raízes dos dentes. Quando os instrumentos de raspagem não atingem toda área da raiz comprometida, as cirurgias são indicadas para facilitar o acesso.

Uma vez tratada a doença, os tecidos recuperam-se integralmente?

Não, sempre ficam sequelas, com exceção das gengivites. A doença periodontal deixa como sequela alterações estéticas como: deslocamento na posição do dente, retração gengival com consequente aumento no comprimento do dente etc. Existem procedimentos cirúrgicos e protéticos que podem minimizar esses defeitos.

E de quando em quando se fazem os retornos para a manutenção após o tratamento?

As visitas para manutenção devem assegurar a estabilidade da condição de saúde alcançada com o tratamento e, assim, evitar tanto a progressão da doença como a sua recidiva.

É possível prevenir esta doença?

A sua prevenção pode ser feita unicamente removendo a placa bacteriana através de limpeza bucal doméstica com fio dental e escova, mais limpezas periódicas feitas pelo dentista. Nos casos mais avançados, recomenda-se uma periodicidade de 3/3 meses e de 4/6 meses para a maioria das pessoas.

Doença periodontal (ou Periodontite) é uma doença infecto-inflamatória que acomete os tecidos de suporte (gengiva) e sustentação (cemento,ligamento periodontal e osso) dos dentes, caracteriza-se pela perda de inserção do ligamento periodontal e destruição dos tecido ósseo adjacente. A evolução deste processo leva à perda dos dentes, pois o comprometimento e a destruição, pela acção bacteriana, acúmulo de tártaro e inflamação destas estruturas colaboram para a formação de bolsas periodontais que levam á mobilidade dentária.

Para se evitar a doença deve se manter sempre bem limpos e higienizados os dentes e a região onde ela se instala, e se consultar com um dentista regularmente.

Esta doença tem o seu desenvolvimento mais acelerado em paciente diabéticos, imunossuprimidos e fumantes. Existem vários índices através dos quais é possível avaliar o grau de doença periodontal. A periodontite pode classificar-se como periodontite agressiva localizada ou generalizada, crónica leve, moderada ou avançada que também pode ser localizada ou generalizada e periodontite necrosante aguda.

Mas a boa noticia é que a Doença Periodontal pode e deve ser prevenida. Para isso, devemos, antes de tudo, mudar hábitos e conceitos. Higiene em casa é fundamental! Principalmente aquela que fazemos ao acordar e antes de dormir. A noturna é a mais importante! No entanto, devemos sempre procurar usar escovas dentais de boa qualidade com cerdas macias, escovando com delicadeza e técnica. O complemento do fio dental e raspador de língua são indispensáveis, ao menos uma vez ao dia, pois a remoção mecânica da placa bacteriana é condição singular para evitar a formação do tártaro, que é o principal responsável pela evolução da Doença Periodontal.
A alimentação é outro fator de suma importância. Evitar o consumo de açúcar refinado e preferir sempre alimentação natural e saudável, com fibras que ajudem a massagear os tecidos gengivais. Além disso, é fundamental ir ao consultório odontológico com regularidade para que seja realizada a remoção de tártaro, que se forma com frequência variada, mudando de pessoa para pessoa. O ideal é que se faça a profilaxia profissional no prazo máximo de seis meses. Zelar por sua saúde é garantir seu maior patrimônio.

Doença bucal pode trazer riscos durante a gravidez

Gestantes com quadro de doença periodontal (infecção na gengiva) têm risco 3,47 vezes maior de um parto prematuro e outras ocorrências perinatais. Estudo da periodontista Marianna Vogt, do Cecom – Coordenadoria de Serviços Sociais da Unicamp indica que as grávidas devem realizar tratamento odontológico adequado em caso de necessidade, preferencialmente durante o segundo trimestre da gravidez. No Ambulatório de Odontologia do Hospital das Clínicas, a cirurgiã-dentista avaliou 334 mulheres com baixo risco gestacional atendidas pelo Centro de Atenção Integral da Saúde da Mulher (CAISM), acompanhando-as até o parto. Constatou que 97% das gestantes tinham gengivite (inflamação que acomete a gengiva) e 47% apresentavam periodontite de moderada a grave – esta infecção acomete a gengiva e outras estruturas que dão sustentação aos dentes. No final do estudo, observou-se relação da periodontite com o parto prematuro, baixo peso dos recém-nascidos e rompimento prematuro da bolsa.

Para melhor comprovar sua hipótese, Marianna Vogt realizou uma análise estatística multivariada, método que permite avaliar interferências na gestação como as do fumo, bebidas, drogas, hábitos alimentares, algumas doenças e outras variáveis. Além de identificar um risco de parto prematuro 3,47 vezes maior em gestantes com infecção periodontal, o estudo mostrou que o risco de nascimento de bebês com baixo peso aumenta 2,93 vezes. Em relação à amniorrexe prematura (rompimento da bolsa sem as contratações do útero), o risco sobe para 2,48 vezes.

A periodontista observa que a doença periodontal vem ganhando mais atenção dos profissionais a cada ano, não só por se tratar de doença infecciosa que reabsorve o osso ao redor dos dentes, com a consequente perda do dente, mas também porque várias pesquisas recentes apontam para a sua interferência importante na gravidez. A pesquisa financiada pela Fapesp e intitulada Doença periodontal e resultados perinatais adversos em uma coorte de gestantes, foi orientada pelos professores Antônio Wilson Sallum (da Faculdade de Odontologia de Piracicaba) e José Guilherme Cecatti (da Faculdade de Ciências Médicas). A importância dessa dissertação está na indicação de que a relação entre a periodontite e o risco na gravidez existe e deve ser tratada como um problema de saúde pública.

Tabu – Na opinião de Marianna Vogt, persistem o tabu e a falta de informação quanto ao tratamento odontológico durante a gravidez. Ela admite a necessidade de alguns cuidados especiais, mas assegura que não há grandes contra indicações. Por outro lado, as evidências da ligação direta da condição bucal com as ocorrências perinatais indesejáveis mereceriam mais atenção por parte dos dentistas e profissionais da saúde. Na revisão bibliográfica feita pela pesquisadora, os números indicam um risco de2 a 7 vezes maior de parto prematuro e de bebê de baixo peso em gestantes portadoras da doença periodontal. “É importante entender que a doença da mãe não passa para o bebê. O risco está na ocorrência de piores resultados no parto”, explica. Segundo ela, a prematuridade é uma das maiores causas de mortalidade e de problemas de saúde nos recém-nascidos. Além dos cuidados especiais que se deve ter com o prematuro, como a necessidade de incubadora, devem ser considerados outros comprometimentos na saúde geral do bebê, a exemplo de possíveis distúrbios neurológicos a curto e longo prazo e risco de doenças na fase adulta.

Diante dessas evidências, a periodontista pretende persistir no tema durante o doutorado, oferecendo tratamento às gestantes com infecção periodontal atendidas no Caism e HC. Espera, assim, ter condições de detalhar melhor a relação entre a doença e a gravidez, uma vez que estará tratando a infecção durante a gestação. “Pretendo trabalhar no tratamento periodontal das gestantes e verificar os benefícios disso em sua saúde geral e nos resultados dos partos, assim como em um programa preventivo e de manutenção da saúde bucal”, afirma. Ela considera tal atendimento importante também para reduzir os custos operacionais dispensados com problemas de parto prematuro e de nascimento de bebês de baixo peso.

 

Dentes

DENTES

CRONOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DOS DENTES DECÍDUOS


O Dente decíduo, dentição decídua, dentição de leite, ou dentição temporária, conhecida também dentição infantil, primeira dentição ou dente-de-leite, é o primeiro conjunto de dentes que aparecem durante a ontogenia de seres humanos e outros mamíferos. O desenvolvimento dentário começa durante o período embrionário e os dentes tornam-se visíveis (erupção dentária) na boca durante a infância. São geralmente substituídos, após a sua queda, por dentes permanentes, embora, na ausência desta, possam conservar-se e manter a sua função durante alguns anos.

 CRONOLOGIA 

O surgimento dos primeiros dentes costuma ser aos 6 meses e prolonga-se aproximadamente até aos 30 meses, embora haja bebés que têm o primeiro dente tão cedo quanto os três meses ou tão tarde quanto um ano.

A cronologia aproximada do surgimento é a seguinte:

6 a 9 meses: incisivos centrais inferiores.

9 a 10 meses: incisivos centrais superiores.

10 a 11 meses: incisivos laterais superiores.

11 a 12 meses: incisivos laterais inferiores.

12 a 14 meses: caninos inferiores e superiores.

14 a 24 meses: primeiros e segundos molares inferiores e superiores.

 

Artigo fornecido pela Colgate-Palmolive.
Copyright 2010 Colgate-Palmolive.

 

ANATOMIA E FUNÇÃO DOS DENTES

 

AS DIFERENTES PARTES DO DENTE

COROA
Parte superior do dente, geralmente a única parte visível. O formato da coroa determina a função do dente. Por exemplo, os dentes anteriores são mais afiados, têm a forma de um cinzel e servem para cortar, enquanto os molares têm superfície plana e servem para triturar os alimentos.

LINHA DE JUNÇÃO DOS DENTES E GENGIVA

Sem a escovação e uso adequado do fio dental, nesta área podem se formar a placa e o tártaro, causando gengivite e outros males.

RAIZ
Parte do dente que está dentro do osso. A raiz, que mantém o dente inserido no osso, constitui mais ou menos dois terços do seu tamanho.

ESMALTE
A camada mais externa da superfície do dente. É o tecido mais duro e mineralizado de todo o corpo humano, mas pode ser danificado se os dentes não forem higienizados adequadamente.

DENTINA
Camada dentária situada abaixo do esmalte. Se a cárie conseguir atravessar o esmalte, ela passa a atacar a dentina, onde há milhões de pequenos túbulos que vão diretamente à polpa do dente.

POLPA
Tecido mole situado no centro do dente, onde se encontram o nervo e os vasos sangüíneos. Quando a cárie atingir essa área, as pessoas geralmente sentem dor.

NOMES E FUNÇÃO DOS DENTES

Cada dente tem uma função ou tarefa específica (Consulte a ilustração do arco dental nesta seção e identifique cada tipo de dente):

INCISIVO
Dentes frontais afiados em forma de cinzel (quatro superiores, quatro inferiores) para cortar os alimentos.
CANINOS
Dentes com pontas agudas (cúspides) que rasgam os alimentos.
PRÉ-MOLARES
Com duas pontas (cúspides) na superfície para esmagar e moer os alimentos.
MOLARES
Para triturar os alimentos, estes dentes possuem várias cúspides na superfície de mordida.

REMOÇÃO E EXTRAÇÃO DE DENTES

 

 

    1. A área em volta do dente é anestesiada antes da extração.

 

   

    2. Um alicate ajuda a amolecer o dente.

 

 

    3. Fórceps dentário é utilizado para remover o dente.
 

Por que os dentes são extraídos?

Os dentes são extraídos por vários motivos:
Uma cárie muito profunda no dente;
Uma infecção que destruiu uma grande porção do dente ou do osso adjacente;
Não existe espaço suficiente para todos os dentes em sua boca.
Muitos dentistas recomendam a extração de dentes inclusos que nasceram apenas parcialmente. As bactérias podem se instalar em volta de um dente que nasceu parcialmente, causando uma infecção, a qual pode se estender para o osso adjacente e tornar-se um problema ainda mais sério. Os dentes inclusos continuam tentando atravessar o tecido da gengiva mesmo quando não há espaço suficiente para acomodá-los. A constante pressão causada por esta tentativa de erupção pode acabar afetando as raízes dos dentes vizinhos. Remover um dente incluso pode evitar uma infecção, danos aos dentes e osso adjacentes, além de evitar um sofrimento futuro.

Como são extraídos os dentes?

Antes de extrair um dente, seu dentista fará uma revisão completa no seu histórico médico e dentário e providenciará as radiografias necessárias.
As radiografias revelam o comprimento, formato e posição do dente e osso adjacente. Com base nessas informações, seu dentista poderá avaliar o grau de dificuldade do procedimento e decidir se deverá encaminhá-lo para um especialista, no caso, um cirurgião-dentista.
Antes da extração, a área em volta do dente será anestesiada. Os dentistas utilizam um anestésico local para amortecer a área da boca onde a extração ocorrerá.
Na extração simples, uma vez que a área é anestesiada, o dente é descolado do osso com um tipo de alavanca, e então extraído com um fórceps dentário. Seu dentista também poderá suavizar e remodelar o osso que sustenta o dente. Terminada esta etapa, ele poderá optar por fechar a área com alguns pontos cirúrgicos.
O que esperar após uma extração?

É essencial manter a área limpa e prevenir infecções logo após a extração de um dente. Seu dentista pedirá que você morda levemente um pedaço de gaze seca e esterilizada, que você deverá manter no local durante 30 a 45 minutos, a fim de estancar o sangramento enquanto o sangue não coagula. Nas 24 horas seguintes, você não deve fumar, enxaguar a boca vigorosamente ou limpar os dentes próximos ao local da extração.
Pode-se esperar um pouco de dor e desconforto logo após uma extração. Em alguns casos, seu dentista poderá prescrever-lhe um analgésico. Colocar gelo sobre a face durante 15 minutos também pode ajudar. Deve-se, também, beber água com um canudo, limitar atividades bruscas e bebidas quentes. No dia seguinte à extração, seu dentista pode sugerir que você comece a lavar sua boca gentilmente com água morna e sal (não engula a água). Em circunstâncias normais, o desconforto deve diminuir num período de três dias a duas semanas. No caso de dor intensa ou prolongada, inchaço, sangramento ou febre, ligue para seu dentista imediatamente.

O QUE SÃO DENTES DO SISO?

O que são dentes do siso?

Dentes do siso são os últimos molares de cada lado dos maxilares. São também os últimos dentes a nascer, geralmente entre os 16 e 20 anos de idade.

Como os dentes do siso são os últimos dentes permanentes a aparecer, geralmente não há espaço suficiente em sua boca para acomodá-los. Isto pode fazer com que os dentes do siso fiquem inclusos – dentes presos embaixo do tecido gengival por outros dentes ou osso. Se os dentes estão inclusos, pode ocorrer inchaço ou flacidez.

Os dentes do siso que erupcionam apenas parcialmente ou nascem mal posicionados também podem causar apinhamento e outros problemas. Como os dentes removidos antes dos 20 anos de idade têm raízes em menor estágio de desenvolvimento e causam menos complicações, recomenda-se que as pessoas entre 16 e 19 anos tenham seus dentes do siso examinados para verificar se precisam ser removidos.

Como são extraídos os dentes do siso?

A extração se faz de forma rotineira. Seu dentista pode recomendar anestesia geral ou local. Após a extração do dente (ou dentes), você precisará morder suavemente um pedaço de gaze durante 30 a 45 minutos após deixar o consultório, para estancar qualquer sangramento que possa ocorrer.

Você poderá sentir um pouco de dor ou inchaço, mas que passará naturalmente após alguns dias; no entanto, você deverá ligar para seu dentista se houver dor prolongada ou intensa, inchaço, sangramento ou febre.

A extração dos dentes do siso devido ao apinhamento ou fato de estarem inclusos no osso maxilar não afeta a sua mordida ou a sua saúde bucal no futuro.

 Inclusão horizontal

 

 

 

 

Inclusão angular

 

 

 

 

Inclusão vertical 

 

 

 

 

SENSIBILIDADE DENTÁRIA

 

A pessoa não nasce com sensibilidade dentária. Trata-se de um problema que afeta 25% da população adulta, ou seja, um em cada quatro adultos manifesta o problema. Muitas pessoas relatam uma dor de dente na região próxima à gengiva, local que chamamos colo do dente.

Na sensibilidade dental, ocorre a exposição da raiz dos dentes na área do colo, devido à retração gengival. Essa retração acontece por problemas periodontais, como inflamações na gengiva, por ingestão de alimentos ácidos, como frutas e bebidas gasosas ou por forte fricção da escova de cerdas duras sobre o tecido da gengiva, o que chamamos de escovação excessiva.

Má higiene oral, acúmulo de tártaro, uso abusivo de substâncias clareadoras, mordida errada ou o hábito de ranger os dentes (bruxismo) também podem desencadear a sensibilidade nos dentes. Outras causas que levam a sensibilidade são: cáries, desgastes na superfície dos dentes, próteses dentárias e aparelhos ortodônticos e dentes fraturados, mesmo não estando cariados.

 

DENTES: Constituição e Funções

1.Esmalte, 2.Dentina, 3.Polpa, 4. Gengiva, 5.Cemento, 6.Osso, 7.Vasos sanguíneos e 8. Vaso sanguíneo

1. Incisivos: estão localizados no centro da boca e são destinados a corte de
alimentos.
2. Caninos: são destinados a perfurar os alimentos.
3. Pré- molares: são dentes transitórios e servem para moer os alimentos.
4. Molares: são também destinados a moer, triturar ou esmagar os alimentos.

FUNÇÃO DOS DENTES
1. São destinados a colher, reter, cortar, perfurar, dilacerar, esmagar, moer ou triturar os alimentos, funcionando como intermediários indispensáveis entre as substâncias alimentares e órgãos da nutrição.
2. O papel desempenhado pelos dentes na fonação é de extrema importância para a pronúncia de certas consoantes: F, V, T, D, N, SS, C. Quando faltam os dentes incisivos, a pronúncia de tais consoantes torna-se alterada, pois o timbre da voz se modifica quando os dentes molares estão ausentes.
3. Os dentes servem de apoio para lábios e bochechas que mantém o contorno da face.

CONSTITUIÇÃO DOS DENTES
1. COROA: parte livre do Dente.
2. RAIZ: parte que fica dentro da gengiva.
3. DENTINA: participa da construção da coroa e da raiz.
4. ESMALTE: recobre todo o dente. É uma das estruturas mais duras do corpo humano sendo 96 a 98% de sais e materiais inorgânicos e de 2 a 4% de material orgânico e água.
5. POLPA: É constituída por um tecido conjuntivo frouxo, que preenche a cavidade pulpar do dente.

LOCALIZAÇÃO DOS DENTES
Faz-se sempre sobre as cristas maxilares, em fileiras contínuas, deixando espaços vazios entre eles. Esses espaços são chamados de diastemas.
Número de dentes:
1. Permanentes: 32 dentes
2. Decíduos: 20 dentes

 

Creme Dental

Creme dental

 

 Creme dental em gel.

O dentífrico, dentifrício, gel dental, creme dental ou pasta de dente é um creme usado para higiene bucal, quase sempre em conjunto com uma escova de dentes.[1]

A mais antiga referência conhecida a um creme dental está em manuscrito egípcio no século IV a.C., que citava uma mistura de sal de cozinha, pimenta, folhas de menta e flores de íris. Muitas antigas fórmulas de dentifrício eram baseadas em urina. Apesar disso, a pasta dental não chegou ao uso geral até o século XIX.

No início do século XIX, a escova de dente era normalmente usada apenas com água, mas misturas dentárias logo ganharam popularidade. A maioria destes eram de produção caseira, e os ingredientes mais comuns eram giz, tijolo pulverizado e sal. Uma enciclopédia caseira de 1866 chegou a recomendar carvão pulverizado e precavia que muitas das misturas comerciais faziam mais mal do que bem.

Hoje em dia, é mais comum a pasta de dente ser vendida em tubos flexíveis, mas também é encontrada em compartimentos mais resistentes. Embalagens projetadas para ficarem sempre de pé — permitindo que a pasta seja melhor aproveitada — são uma recente inovação.

A pasta de dente vem numa variedade de sabores, sendo a maioria variações de menta. Outros sabores mais exóticos incluem: albricoque, canela, chiclete (destinada ao público infantil) , erva-doce, gengibre, laranja e limão. Existem também pastas sem sabor.

Em seu uso comum, a pasta de dentes deve ser cuspida. Alguns tipos de pasta de dente, se engolidas em quantidade suficiente, podem causar náuseas, fluorose ou diarréia. Por isso é recomendado às crianças muito jovens não utilizá-las sem supervisão de adultos. Um tubo de pasta de dentes fluoretada, se ingerido, pode levar a morte por envenenamento um animal pequeno ou uma criança.

O creme dental foi criado pelo dentista americano Washington Wentworth Sheffield, que em 1850 desenvolveu um pó para limpar os dentes que se tornou muito popular entre seus pacientes. Lucius, filho de Sheffield e também dentista, ajudou-o a modificar a fórmula, criando assim o Creme Dentifrício Dr. Sheffield, a primeira pasta de dente. O produto, porém, só teve sucesso quando foi colocado em tubos de folhas-de-flandres. Lucius Sheffield foi considerado o “dentista mais famoso do mundo” e recebeu trinta patentes por invenções que vão desde uma técnica de cimentar facetas até um túnel ferroviário elevado para cidades.

Referências

  1. Saúde&Lar.com Odontologia – Descrição dos dentífricos

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

 

Clareamento Dental

Clareamento Dental

Qualquer pessoa pode ter seus dentes clareados, desde que eles estejam íntegros, sem muitas restaurações.

Técnicas de clareamento:
Técnicas caseiras com substâncias químicas.
Técnicas utilizadas no consultório com o auxílio de luz para aquecimento ou laser.

Todas são capazes de realizar o clareamento. O que as difere é o tempo que é levado para concluir uma técnica e outra.
O clareamento caseiro demora mais tempo, porém é menos agressivo ao dente. Quanto mais rápidas são as técnicas, maiores efeitos colaterais provocam. Este efeito, basicamente é sensibilidade dentinária.
Para um sorriso mais branco é usado uma técnica de clareamento à laser. A boca é protegida por uma máscara de borracha com pequenos furos, que deixam apenas os dentes à mostra. Em seguida é aplicado um gel à base de peróxido de hidrogênio a 35%, que é um poderoso despigmentante. O laser é passado dente a dente por uma espécie de caneta com ponta luminosa. O laser ativa o produto, que remove os pigmentos internos e externos.
O clareamento deve ser feito a cada dois ou três anos.

Como funciona o clareamento dental?
As moléculas dos géis oxidantes (liberadores de oxigênio) penetram na intimidade do esmalte e da dentina, liberando oxigênio que, por sua vez, “quebra” as moléculas dos pigmentos causadores das manchas.

Como posso clarear meus dentes?
Os dentes podem ser clareados através de géis ou pastas oxidantes (liberadores de oxigênio) das seguintes maneiras:

1. No consultório: o dentista isola os dentes (com um lençol de borracha) para proteger a gengiva e aplica um agente oxidante forte. O clareamento dental a laser consiste na ativação do gel clareador especial sobre o dente de uma forma mais rápida que a convencional, podendo-se obter o efeito desejado em uma única sessão.

2. Em casa (doméstico): o paciente, sob a orientação do dentista, leva um gel oxidante fraco, para usar diariamente em casa.

Posso fazer sozinho ou preciso ir ao dentista?
Não se recomenda clarear os dentes sem orientação profissional. Seja no consultório ou em casa, sempre deve haver monitoramento do dentista.

Os produtos usados no clareamento são seguros à saúde geral?
Sim. Como outros produtos e medicamentos médicos e odontológicos, quando usados corretamente conforme orientação, não promovem nenhum prejuízo à saúde geral.

A mídia divulgou que o clareamento doméstico poderia potencializar o aparecimento do câncer. É verdade?
Essa informação não tem fundamento. Tanto que a FDA (Food and Drug Administration) e a ADA (American Dental Association) aprovam o uso de peróxidos em cremes dentais, que são usados indiscriminadamente pela população. Essas entidades também não desaprovam o uso de clareadores dentais, desde que supervisionado por dentistas.

Eles provocam danos à gengiva?
Não, desde que o paciente faça tratamento supervisionado e não use produtos vendidos pela TV ou em supermercados. 0 dentista confecciona uma moldeira individualizada que cobrirá somente a superfície dental, evitando, assim, que o agente clareador tenha contato direto e contínuo com a gengiva. Qualquer lesão e sensibilidade devem ser imediatamente comunicadas ao dentista.

O dente clareado fica enfraquecido?
Não. A estrutura dental não é afetada.

O clareamento altera as restaurações já existentes?
Não. Mas o paciente precisa saber que talvez tenha que trocar ou retocar as restaurações antigas: uma vez que as restaurações não sofrem ação dos clareadores, parecerão mais escuras frente aos dentes clareados, causando desarmonia estética.

Posso fazer clareamento em qualquer idade?
Sim. Não há contra indicação específica quanto à idade. A partir dos 10 anos, é aceitável.

Durante o clareamento, o que devo e não devo fazer?

Deve fazer:
Seguir as orientações do dentista.
Retirar o dispositivo de clareamento 1 hora antes das refeições e reiniciar 1 hora após.
Observar os dentes diariamente no espelho, monitorando o progresso do clareamento.
Guardar o dispositivo, para o caso de necessitar de manutenção.

Não deve fazer:
Fumar durante o tratamento.
Tomar café, chá, beterraba, vinho tinto, Coca-Cola em excesso.
Escovar os dentes logo após retirar o dispositivo.
Emprestar o produto para outras pessoas.

Quanto tempo dura o tratamento doméstico? Dura de7 a 10 dias, usando-se durante as noites. Pode haver variações dependendo do grau de escurecimento e de quanto se deseja clarear.

O dente clareado pode escurecer novamente? Sim. Mas nunca como era antes. Após1 a 2 anos, pode haver a necessidade de uma manutenção, que é feita em 2 ou 3 noites.

Quais as contra indicações do clareamento doméstico? Por precaução, deve-se evitar o tratamento em gestantes e lactentes.

“Com o passar dos anos, os nossos dentes vão escurecendo e cada vez mais ficamos com aquele sorriso amarelo. Um problema que tem solução. Com o clareamento dental o paciente pode perder o sorriso amarelo recuperando a cor natural dos dentes.”

Escurecimento

Vários fatores podem provocar o escurecimento dos dentes. As causas mais comuns são os tratamentos de canal ou endodônticos, a ingestão de alimentos muito corantes como refrigerantes, café, vinho tinto, chocolate, legumes e verduras e ainda, o cigarro.

Os dentes possuem vários canalículos que são prolongamentos do próprio nervo; como eles são vazios, tudo o que você come se acumula neles. Por causa dos corantes, os dentes escurecem gradativamente.

Para amenizar o efeito de produtos corantes nos dentes é preciso evitar a ingestão em excesso de alguns alimentos como o café, chocolate e o refrigerante.

Prefira os produtos naturais aos industrializados e faça uma boa escovação dos dentes logo após as refeições. Além disso, é preciso lembrar que a limpeza é muito importante e deve ser regular, pois através dela se retira o tártaro, a placa bacteriana e as manchas de nicotina do esmalte.

Já o clareamento só faz a limpeza interna dos dentes. A recomendação dos dentistas é que se faça primeiro a limpeza, para que os dentes fiquem em condições de proporcionar um clareamento mais eficaz.

Outro ponto que deve ser lembrado é que o clareamento não funciona nos dentes com restaurações e próteses. Geralmente após o clareamento, é possível que o paciente necessite trocar algumas restaurações estéticas ou próteses que podem ficar mais escuras que os dentes sadios.

Alerta

Como o clareamento dental é um processo químico, os odontologistas não recomendam fazer sem a orientação de um profissional. O uso indiscriminado de produtos vendidos por telefone pode trazer problemas como hipersensibilidade e enfraquecimento dos dentes e ainda danos à gengiva, já que as moldeiras que acompanham os produtos são comerciais (isto é, não são completamente adequadas ao formato de sua arcada dentária).

Os especialistas ratificam que este tipo de tratamento só deve ser feito quando recomendado por um profissional experiente. Para que o tratamento seja seguro e efetivo, é preciso usar somente os produtos indicados pelo seu dentista, que normalmente têm a aprovação da Food and Drug Administration (FDA) e da American Dental Association (ADA).

Por isso, é muito importante respeitar as orientações dos fabricantes e do seu dentista.

Para ter uma durabilidade maior do tratamento, o paciente deve tomar uma série de medidas fundamentais, como evitar fumar durante o tratamento, alimentos e bebidas que provoquem o escurecimento dos dentes; manter uma boa escovação; durante o tratamento; aguardar pelo menos uma hora antes de fazer as refeições e seguir corretamente as orientações do seu dentista.

 

Câncer de Boca

 

Câncer de boca

Este tipo é um de câncer dos menos frequentes, representando menos de 5% do total da incidência de câncer no mundo.

No Brasil, ele assume importância por causa do câncer de lábio, uma vez que se trata de um país tropical que sustenta também em sua economia atividades rurais nas quais os trabalhadores ficam expostos de forma continuada à luz solar.

O câncer de lábio é mais frequente em pessoas brancas, e registra maior ocorrência no lábio inferior em relação ao superior.

O câncer em outras regiões da boca acomete principalmente tabagistas e os riscos aumentam quando o tabagista é também alcoólatra. Assim, é mais comum em indivíduos do sexo masculino acima de 50 anos, apesar do acentuado aumento de sua incidência em mulheres e adultos jovens.

Fatores de Risco

Os principais fatores de risco são o tabagismo (fumar cigarro de papel, palha ou cachimbos) e o consumo de bebidas alcoólicas associados ou não a trauma crônico (uso de próteses dentárias mal  ajustadas), má higiene oral, baixo consumo de caroteno e história familiar de câncer.

Sintomas

O principal sintoma deste tipo de câncer é o aparecimento de feridas na boca que não cicatrizam em uma semana. Outros sintomas são ulcerações superficiais com menos de2 cmde diâmetro e indolores, podendo sangrar ou não, e manchas esbranquiçadas ou avermelhadas nos lábios ou na mucosa bucal. Dificuldade de fala, mastigação e deglutição, além de emagrecimento acentuado, dor e presença de linfadenomegalia cervical (íngua no pescoço) são sinais de câncer de boca em estágio avançado.

  • Ferida nos lábios, gengiva ou no interior da boca, que sangra facilmente e não parece melhorar;
  • Um caroço ou inchaço na bochecha que você sente ao passar a língua;
  • Perda de sensibilidade ou sensação de dormência em qualquer parte da boca;
  • Manchas brancas ou vermelhas na gengiva, língua ou qualquer outra parte da boca;
  • Dificuldade para mastigar ou para engolir;
  • Dor sem razão aparente ou sensação de ter algo preso na garganta;
  • Inchaço que impede a adaptação correta da dentadura.
  • Mudança na voz. 

Prevenção e Diagnóstico Precoce

O auto exame da boca deve ser realizado a cada seis meses. Homens com mais de 40 anos de idade, fumantes e portadores de próteses mal ajustadas e dentes fraturados devem evitar o fumo e o álcool, promover a higiene bucal, ter os dentes tratados, realizar o auto exame da boca e fazer uma consulta odontológica de controle a cada ano. Outra recomendação é a manutenção de uma dieta saudável, rica em vegetais e frutas.

Para prevenir o câncer de lábio, deve-se evitar a exposição ao sol sem proteção (filtro solar e chapéu de aba longa).

O combate ao tabagismo é igualmente importante na prevenção deste tipo de câncer.

A ligação entre o fumo, o câncer pulmonar e as doenças cardíacas já foi estabelecida.  O fumo também afeta sua saúde geral, tornando mais difícil o combate a infecções e a reparação de ferimentos ou de cirurgias. Em adultos jovens, este hábito pode retardar o crescimento e dificultar o desenvolvimento. Muitos fumantes afirmam não sentir mais o odor ou sabor tão bem como antes. O fumo também pode causar mau hálito e manchar os dentes.

Sua saúde bucal está em perigo cada vez que você acende um cigarro, um charuto ou um cachimbo. Com esta atitude, suas chances de desenvolver câncer na laringe, na boca, na garganta e no esôfago aumentam. Como muitas pessoas não notam ou simplesmente ignoram os sintomas iniciais, o câncer bucal muitas vezes se espalha antes de ser detectado.

Mascar tabaco: O hábito de mascar tabaco eleva em 50 vezes a possibilidade de se desenvolver o câncer bucal.

O melhor a se fazer é não fumar nem usar quaisquer outros produtos derivados do tabaco. Quando uma pessoa para de usar esses produtos, mesmo depois de vários anos de consumo, o risco de contrair câncer bucal se reduz significativamente. O consumo excessivo de bebidas alcoólicas também aumenta o risco de câncer bucal. A combinação fumo/álcool torna esse risco ainda muito maior.

O Auto Exame da Boca

O auto exame deve ser feito em um local bem iluminado, diante do espelho. O objetivo é identificar lesões precursoras do câncer de boca. Devem ser observados sinais como mudança na cor da pele e mucosas, endurecimentos, caroços, feridas, inchações, áreas dormentes, dentes quebrados ou amolecidos e úlcera rasa, indolor e avermelhada.

Atenção!
Lave bem a boca e remova próteses dentárias se for o caso.

De frente para o espelho, observe a pele do rosto e do pescoço. Veja se encontra algum sinal que não tenha notado antes. Toque suavemente com as pontas dos dedos todo o rosto.

Puxe com os dedos, o lábio inferior para baixo, expondo a sua parte interna (mucosa). Em seguida, apalpe todo o lábio. Puxe o lábio superior para cima e repita a palpação.

 

 

 

 

 

 

 

Com a ponta do dedo indicador, afaste a bochecha para examinar a parte interna da mesma. Faça isso nos dois lados.

Com a ponta do dedo indicador, percorra toda a gengiva superior e inferior.

 

 

 

 

 

 

 

 Introduza o dedo indicador por baixo da língua e o polegar da mesma mão por baixo do queixo e procure palpar todo o assoalho da boca.

Incline a cabeça para trás e abrindo a boca o máximo possível, examine atentamente o céu da boca. Palpe com o dedo indicador todo o céu da boca. Em seguida diga ÁÁÁÁ… E observe o fundo da garganta.

 

 

 

 

 

 

 

 Ponha a língua para fora e observe a parte de cima. Repita a observação com a língua levantada até o céu da boca. Em seguida puxando a língua para esquerda, observe o lado esquerdo da mesma. Repita o procedimento para o lado direito.

Estique a língua para fora, segurando-a com um pedaço de gaze ou pano, apalpe em toda a sua extensão com os dedos indicadores e polegar da outra mão.

Examine o pescoço. Compare os lados direito e esquerdo e veja se há diferenças entre eles. Depois, apalpe o lado esquerdo do pescoço com a mão direita. Repita o procedimento para o lado direito, palpando com a mão esquerda. Veja se existem caroços ou áreas endurecidas.

Finalmente, introduza o polegar por debaixo do queixo e apalpe suavemente todo o seu contorno inferior.

O que procurar?

  • Mudanças na aparência dos lábios e da porção interna da boca
  • Endurecimentos
  • Caroços
  • Feridas
  • Sangramentos
  • Inchações
  • Áreas dormentes
  • Dentes amolecidos ou quebrados

Faça o auto-exame da boca mensalmente.

Prevenção

1 – evitar fumo e álcool;

2 – evitar exposição continuada aos raios solares;

3 – evitar traumas crônicos na mucosa bucal, tais como: prótese mal adaptada, coroas dentais fraturadas, raízes residuais, etc;

4 – manter higienização adequada, escovando os dentes no mínimo 4 vezes ao dia, principalmente após a ingestão de qualquer alimento, fazer uso do fio dental e se auto examinar continuadamente conforme descrição acima citada;

5 – fazer alimentação balanceada e completa evitando fazer uso do açúcar em excesso (prevenção da cárie) e, principalmente, fora das refeições;

6 – procurar seu Dentista ou Médico em caso de aparecimento de qualquer lesão que não regrida no espaço de 7/14 dias;

Diagnóstico

A confirmação diagnóstica é feita através de biópsia.

Os Raios X podem ser úteis para averiguar o comprometimento de ossos como a mandíbula.

Tratamento

A cirurgia, a radioterapia e a quimioterapia são, isolada ou associadamente, os métodos terapêuticos aplicáveis ao câncer de boca. Em se tratando de lesões iniciais, ou seja, restritas ao local de origem, sem extensão a tecidos ou estruturas vizinhas e muito menos a linfonodos regionais (“gânglios”), e dependendo da sua localização, pode-se optar ou pela cirurgia ou pela radioterapia, visto que ambas apresentam resultados semelhantes, expressos por um bom prognóstico (cura em 80% dos casos).

Nas demais lesões, se operáveis, a cirurgia está indicada, associada ou não à radioterapia.

Quando existe linfonodomegalia metastática (aumento dos “gânglios”), indica-se o esvaziamento cervical do lado afetado, sendo o prognóstico do caso bastante reservado. A cirurgia radical do câncer de boca evoluiu sobremaneira, com a incorporação de técnicas de reconstrução imediata, permitindo largas ressecções e uma melhor recuperação do paciente. As deformidades, porém, são ainda grandes e o prognóstico dos casos, intermediário.

A quimioterapia é empregada nos casos avançados, visando à redução do tumor, a fim de possibilitar o tratamento posterior pela radioterapia ou cirurgia. O prognóstico nestes casos é extremamente grave, tendo em vista a impossibilidade de se controlar totalmente as lesões extensas, a despeito dos tratamentos aplicados.

Que efeitos colaterais a radioterapia produz na boca?

Quando a radioterapia é usada na área de cabeça e pescoço, muitas pessoas experimentam irritação ou ressecamento da boca, dificuldade de deglutir e perda do paladar. A radiação também aumenta o risco de cáries e, por isso, é muito mais importante cuidar bem da boca e da garganta neste período.

Converse com seu dentista e seu médico oncologista sobre os problemas bucais que você possa ter durante ou depois do tratamento. Antes de começar a radioterapia, não se esqueça de discutir com seu dentista os possíveis efeitos colaterais e a forma de evitá-los.

 Como manter a saúde bucal durante a terapia?

Use uma escova macia depois das refeições e fio dental diariamente. Evite condimentos e alimentos ásperos como vegetais crus, nozes e biscoitos secos. Evite o fumo e o álcool. Para não ficar com a boca seca os doces e chicletes não devem conter açúcar.

Antes de começar a radioterapia, consulte seu dentista e faça uma revisão completa dos seus dentes e peça ao dentista para conversar com seu oncologista.

Fonte: Instituto Nacional do Câncer – Ministério da Saúde.

 

Segundo a Estimativa de Incidência de Câncer no Brasil para 2006, este tumor apresentará  10.060 casos estimados entre homens e 3.410 entre as mulheres. O câncer de boca é uma denominação que inclui os cânceres de lábio e de cavidade oral (mucosa bucal, gengivas, palato duro, língua oral e assoalho da boca). O câncer de lábio é mais freqüente em pessoas brancas, e registra maior ocorrência no lábio inferior em relação ao superior. O câncer em outras regiões da boca acomete principalmente tabagistas e os riscos aumentam quando o tabagista é também alcoólatra.

Fatores de Risco
Os fatores que podem levar ao câncer de boca são idade superior a 40 anos, vício de fumar cachimbos e cigarros, consumo de álcool, má higiene bucal e uso de próteses dentárias mal-ajustadas.

Sintomas
O principal sintoma deste tipo de câncer é o aparecimento de feridas na boca que não cicatrizam em uma semana. Outros sintomas são ulcerações superficiais, com menos de 2 cm de diâmetro, indolores (podendo sangrar ou não) e manchas esbranquiçadas ou avermelhadas nos lábios ou na mucosa bucal. Dificuldade para falar, mastigar e engolir, além de emagrecimento acentuado, dor e presença de linfadenomegalia cervical (caroço no pescoço) são sinais de câncer de boca em estágio avançado.

Prevenção e Diagnóstico Precoce
Homens com mais de 40 anos de idade, dentes fraturados, fumantes e portadores de próteses mal-ajustadas devem evitar o fumo e o álcool, promover a higiene bucal, ter os dentes tratados e fazer uma consulta odontológica de controle a cada ano. Outra recomendação é a manutenção de uma dieta saudável, rica em vegetais e frutas.

Para prevenir o câncer de lábio, deve-se evitar a exposição ao sol sem proteção (filtro solar e chapéu de aba longa). O combate ao tabagismo é igualmente importante na prevenção deste tipo de câncer.

Exame Clínico da Boca
Deve-se considerar sua realização anual por profissional médico ou dentista, para indivíduos com alto risco para câncer de boca.


Tratamento
A cirurgia e/ou a radioterapia são, isolada ou associadamente, os métodos terapêuticos aplicáveis ao câncer de boca. Para lesões iniciais, tanto a cirurgia quanto a radioterapia tem bons resultados e sua indicação vai depender da localização do tumor e das alterações funcionais provocadas pelo tratamento (cura em 80% dos casos).

As lesões iniciais são aquelas restritas ao seu local de origem e que não apresentam disseminação para gânglios linfáticos do pescoço ou para órgãos à distância. Mesmo lesões iniciais da cavidade oral, principalmente aquelas localizadas na língua e/ou assoalho de boca, podem apresentar disseminação subclínica para os gânglios linfáticos cervicais em 10% a 20% dos casos. Portanto, nestes casos, pode ser indicado o tratamento cirúrgico ou radioterápico eletivo do pescoço.

Nas demais lesões, se operáveis, a cirurgia está indicada, independentemente da radioterapia. Quando existe linfonodomegalia metastática (aumento dos ‘gânglios’), é indicado o esvaziamento cervical do lado comprometido. Nestes casos, o prognóstico é afetado negativamente.

A cirurgia radical do câncer de boca evoluiu com a incorporação de técnicas de reconstrução imediata, que permitiu largas ressecções e uma melhor recuperação do paciente. As deformidades, porém, ainda são grandes e o prognóstico dos casos, intermediário. A quimioterapia associada à radioterapia é empregada nos casos mais avançados, quando a cirurgia não é possível. O prognóstico, nestes casos, é extremamente grave, tendo em vista a impossibilidade de se controlar totalmente as lesões extensas, a despeito dos tratamentos aplicados.

Cárie e Tratamento de Canal

Cárie

A cárie é uma doença infecto-contagiosa degenerativa de origem multifatorial que destrói os dentes, seu principal agente etiológico é a bactéria Streptococcus mutans.

As bactérias que se encontram normalmente na boca transformam os restos de alguns alimentos em ácidos; tais ácidos, (lático, acético, butírico, propiônico, etc) formados por um processo de fermentação, atacam os tecidos mineralizados do dente.

Sua ação se dá através da degradação de açúcares e sua transformação em ácidos que corroem a porção mineralizada dos dentes. O flúor juntamente com o cálcio e um açúcar, chamado xilitol agem inibindo esse processo, contudo o flúor deve ser usado com moderação, devido a sua alta toxicidade. Além disso, quando não se escovam os dentes corretamente e neles acumulam-se restos de alimentos, as bactérias que vivem na boca aderem-se aos dentes, formando a placa bacteriana ou biofilme. Na placa, elas transformam o açúcar dos restos de alimentos em ácido, que por sua vez corrói o esmalte do dente formando uma cavidade, que é a cárie propriamente dita. Vale lembrar que a placa bacteriana se forma mesmo na ausência de ingestão de carboidratos fermentáveis, pois as bactérias possuem polissacarídeo intracelulares de reserva.

Os sintomas

No início a cárie não causa dor porque só atinge o esmalte, que é a camada mais dura e menos sensível do dente. O primeiro sinal da cárie são manchas esbranquiçadas ou amarronzadas, e se não tratada, a cárie pode avançar em direção à dentina, mais profunda e sensível à dor; posteriormente, avança até à região da polpa dentária, causando a inflamação do mesmo (pulpite) e intensa dor; caso não seja efetuado o tratamento adequado poderão surgir abcessos dentários ou condições mais graves como angina de Ludwig ou a trombose do seio cavernoso, que podem levar ao óbito se não tratado.

Prevenção

  • Escovar corretamente os dentes, massageando as gengivas, usando pastas dentais com flúor após as refeições (se tiver alergia ao flúor (rash), procure um creme dental com menos fluoreto, ou com outro tipo do composto, como o MFP ou o Fluoreto de Cálcio, ou ainda diminua a quantidade de creme.
  • Use o fio dental após as refeições e principalmente antes de dormir. O fio dental remove os restos de comida e a placa bacteriana nos locais onde a escova não chega.
  • Evitar o consumo freqüente de bebidas ou alimentos açucarados, principalmente aqueles que agridem os dentes, como os refrigerantes; se o consumo excessivo de açúcar não pode ser evitado, procurar fazê-lo logo após as refeições, escovando os dentes logo de imediato.
  • Não escove os dentes logo após o consumo de refrigerantes, como os mesmos “retiram” o esmalte, a escovação pode acabar desgastando-o. Espere pelo menos 15 minutos. (Cuidado! o pH da placa começa a cair após 5 minutos da ingestão de sacarose).
  • Deve-se procurar o dentista ou o higienista oral pelo menos uma vez a cada 6 meses; este poderá detectar inícios de cáries e dar orientações quanto às técnicas de escovagem, uso de flúor, etc.

Dieta e cárie

Um grande número de estudos mostra que a dieta exerce um papel central no desenvolvimento da doença cárie. Observações em humanos, animais e laboratoriais mostraram claramente relação causal entre o consumo de carboidratos fermentáveis e o desenvolvimento de lesões cariosas(Johansson e Birhed, 1995).

Os fatores fundamentais que conduzem ao início e progressão das lesões cariosas foram, primeiramente elucidados por Miller (1890), quando reconheceu que a metabolização dos carboidratos por bactérias orais, com geraçção de produtos finais ácidos, se constituía no evento central do processo de desmineralização do dente(loesche, 1985).

Durante o século passado, o aumento da população ao explosivo incremento de lesões cariosas, doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes. Essas doenças podem estar relacionadas à mudança no estilo de vida e nos hábitos tradicionais. Os alimentos tradicionais foram substituídos por produtos processados e os nutrientes fornecedores de energia obtidos a partir de ingestões de carboidratos complexos foram substituídos por um maior consumo de proteínas, ácidos graxos saturados e carboidratos refinados.

Nas ultimas décadas tem-se observado um significante declínio da cárie em paises industrializados. Não está claro em que grau a diminição do grau de prevalência de cárie neste paises e o aumento de prevalência desta doença em outros refletem mudanças nos hábitos alimentares. O consumo de açucar tem permanecido constante em vários países altamente industrializados durante as últimas décadas, sendo a diminuição da doença neste países é atribuida ao uso de fluoretos nas suas várias formas, mais freqüêntemente em dentifrícios.

Não obstante, há indicações de mudanças nos hábitos alimentares que poderiam ter alguma influência na prevalência de cárie. Desde da década de 70 houve grande declínio nos Estados Unidos na proporção de alimentos calóricos constituidos por sacarose e aumento proporcional na quantidade de adoçantes de milho ricos em frutose. O consumo de adoçantes é uma realidade em mutios países. Tem aumentado o uso de alimentos com substitutos de açúcar, em especial dos refrigerantes e gomas de mascar. Inversamente, sugere-se que o aumento da prevalência de cáries em algumas sociedades está ligado a mudancas mundiais na produção e consumo da sacarose(Tanzer, 1995).

Apesar da diminuição da prevalência de cárie nos países industrializados, ela continua sendo um problema de saúde pública na medida em que 95% da população apresenta esta doença, que é de alta prevalência também em países não industrializados. Ela ainda é a maior responsável pela perda de peças dentárias em todas as idades, mais do que qualquer outra doença. 

Canal      

                                                                     
 

 

     Polpa danificada por cárie profunda

 

 

     Polpa removida      
       

                       

 

    Canais preenchidos e selados               

O tratamento do canal da raiz dentária consiste na retirada da polpa do dente, que é um tecido encontrado em sua parte interna. Uma vez que a polpa foi danificada, infeccionada ou morta é removida, o espaço resultante deve ser limpo, preparado e preenchido. Este procedimento veda o canal. Alguns anos atrás, os dentes com polpas infeccionadas ou mortificadas eram extraídos. Hoje em dia, um tratamento de canal salva muitos dentes que de outra forma teriam sido perdidos.
Os casos mais comuns de polpa infeccionada ou morta são:
*Dente quebrado
*Cárie profunda
*Dano ao dente, como um trauma forte, seja ele recente ou mais antigo.
Estando a polpa infeccionada ou morta, se não for tratada, pode se formar pus na ponta da raiz dentro do osso maxilar, formando um abcesso. O abcesso pode destruir o osso que circunda o dente, causando dor.

COMO É TRATADO O CANAL?
O tratamento de canal é feito em várias etapas, realizadas em várias visitas ao consultório, dependendo do caso. São elas:
*Primeiramente, é feita uma abertura na da parte posterior de um dente frontal ou na coroa de um dente posterior, molar ou pré-molar.

*Em seguida a polpa infeccionada é removida (pulpectomia), o espaço pulpar e os canais são esvaziados, alargados e limados, em preparação para o seu preenchimento.

*Se mais de uma visita for necessária, uma restauração temporária é colocada na abertura da coroa, a fim de proteger o dente no intervalo das visitas.

*A restauração temporária é removida e a cavidade da polpa e canal são preenchidos permanentemente. Um material em forma de cone (flexível) é inserido em cada um dos canais e geralmente selado em posição com um cimento apropriado. Algumas vezes um pino de plástico ou metal é colocado no canal para se conseguir maior resistência.

*Na etapa final, uma coroa é geralmente colocada sobre o dente para restaurar seu formato e lhe conferir uma aparência natural. Se o dente estiver fraturado ou muito destruído pode ser necessário colocar um pino cimentado no canal antes da confecção da coroa.

QUAL A DURABILIDADE DE UM DENTE RESTAURADO?
Os dentes restaurados podem durar a vida toda quando tratados adequadamente. Devido ao fato de ainda ser possível o aparecimento de cárie em um dente tratado, uma boa higiene bucal e exames dentários regulares se fazem necessários, a fim de evitar problemas futuros.
Como não há mais uma polpa viva que mantenha o dente hidratado, os dentes com raiz tratada podem se tornar quebradiços e mais sujeitos à fratura. Este é um importante aspecto a ser levado em conta quando for optar entre uma coroa ou restauração após o tratamento de canal.
Para se determinar o sucesso ou fracasso do tratamento de canal, o método mais confiável é comparar novas radiografias com aquelas tiradas antes do tratamento. Esta comparação mostrará se o osso continua sendo destruído ou se está sendo regenerado.

 

 

 

Bulimia

BULIMIA E ODONTOLOGIA

 

Pessoas com bulimia, para evitar o ganho de peso com esse episódio de compulsão alimentar, costumam usar métodos inadequados de compensação, acreditando que desta forma poderão proporcionar a perda de peso, com a autoindução de vômitos, abuso de diuréticos e laxantes, moderadores de apetite, atividade física excessiva, entre outros (quando não, a morte)

Esses métodos trazem prejuízos físicos consideráveis ao indivíduo, como alterações do sistema gastrointestinal (esofagite, gastrite, sangramentos intestinais), alterações dentárias, alterações hormonais e principalmente psíquicas, como a depressão e ansiedade.

Especificamente na odontologia há algumas descrições de cáries dentárias e desgastes por causa do suco gástrico e aumento das parótidas, devido aos vômitos constantes.

Causa e efeitos
Transtornos alimentares, como bulimia e anorexia, provocam diversas lesões bucais. A observação delas pelo CD é essencial para o diagnóstico precoce do problema



Aumento de cárie, erosão dental, projeção das restaurações (“ilhas” de amálgama), bruxismo, hipersensibilidade dentinária, mucosites, queilites, gengivites. Estas são algumas das alterações bucais que os transtornos alimentares, como bulimia nervosa, anorexia nervosa e o comer compulsivo podem provocar. Apesar de alguns deles serem problemas odontológicos comuns, que geralmente requerem trata- mentos simples, o profissional deve estar atento para o que pode estar por trás deles, abordando o paciente e sua saúde de forma integral e sistêmica.Para que se entenda o desenvolvimento das afecções do sistema estomatognático decorrentes dos transtornos alimentares, Maria Carméli Correia Sampaio, doutora em Estomatologia pela Univer- sidade de São Paulo (USP) e professora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), chama a atenção para a necessidade de com- preender que esse sistema se compõe de duas partes: uma dura, representada por elementos dentários e ossos, com especial im- portância para a articulação temporo mandibular, e uma mole, composta por músculos, vasos, nervos e espaços vazios. Ela salienta que estas estruturas estão em constante atividade, se modificando-se

frequentemente durante toda a vida, sendo facilmente afetadas pelos distúrbios alimentares, que podem interferir nas estruturas bucais com manifestações clínicas bastante genéricas ou específicas.

Não é de hoje que a cirurgiã-dentista Rosana Ximenes sabe bem da relação existente entre Odontologia e transtornos alimentares. Há seis anos ela estuda o assunto, que foi tema de sua especialização e mestrado em Odontopediatria, realizado na Faculdade de Odontologia de Pernambuco, e também do doutorado em andamento na área de Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento, pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Segundo Rosana, as manifestações bucais são, muitas vezes, os sintomas mais facilmente detectados nos portadores de transtornos alimentares, porque eles tendem a esconder a doença de amigos e familiares e estes sintomas são evidentes para o cirurgião-dentista. “Pela possibilidade de identificar estas alterações num simples exame clínico rotineiro, o profissional de Odontologia tem um papel importante no diagnóstico clínico da doença.”

Além disso, se as lesões odontológicas forem tratadas, mas suas verdadeiras causas não, o paciente ainda vai estar doente e as alterações bucais continuarão provocando prejuízos à saúde bucal, muitas vezes, irreversíveis, como o escurecimento dos dentes pela erosão dentária e alterações causadas pelo bruxismo. “Não adianta pensar apenas na parte odontológica e esquecer o problema geral do paciente. É preciso encaminhá-lo para o tratamento, pois os transtornos alimentares possuem alta taxa de mortalidade e o prognóstico nem sempre é favorável”, observa a CD.

Os sinais que a boca dá

Diferentes mecanismos desencadeados pelos transtornos provocam problemas odontológicos e acabam alterando e prejudicando o sistema estomatognático como um todo. Os portadores de bulimia nervosa, caracterizada pela ingestão compulsiva de alimentos seguida de indução ao vômito, geralmente desenvolvem erosão dental, principalmente nas faces palatinas dos dentes anteriores, provocada pelo consumo de substâncias ácidas, orgânicas ou inorgânicas, e pela regurgitação do suco gástrico. Tal fato elevaria a taxa de erosão em 31 vezes a mais que nos indivíduos normais. Nestes pacientes também podem ocorrer “ilhas” de amálgama, produzidas pela deterioração do esmalte adjacente à restauração. Segundo a odontopediatra Rosana, em casos graves, as bordas incisais dos dentes são prejudicadas, produzindo coroas clínicas curtas e aparência de pseudomordida aberta.

Os transtornos alimentares provocam, ainda, aumento na ocorrência de cáries, causada pela maior ingestão de carboidratos pelo paciente que sofre de comer compulsivo ou durante o período da hiperfagia – quando o bulímico ingere grande quantidade de alimento – e pela diminuição do pH salivar devido ao vômito. O portador de transtornos alimentares tende a descuidar da higiene oral.

Também pode ocorrer o intumescimento das glândulas salivares e edemas nessas áreas. A etiologia desse processo ainda não é bem conhecida, mas acredita-se que está relacionada à grande ingestão de carboidratos, à má nutrição, à regurgitação dos ácidos gástricos e à alcalose metabólica, que é o excesso de base (ou falta de ácido) no sangue e é causada pela perda de ácido pela urina, fezes ou vômito, ou pela transferência de íons H+ para as células.

A acidez do conteúdo gástrico regurgitado ainda ocasiona hipersensibilidade dentinária, piorada pela escovação vigorosa em seguida aos episódios de regurgitação; mucosites, também associadas ao trauma causado pela rápida ingestão de comida e pelo ato do vômito, e queilite. Esta última é favorecida pela má nutrição e deficiências vitamínicas, que provocam a diminuição no fluxo salivar, gengivite e outras alterações na gengiva e no periodonto.

Conseqüências generalizadas

A estomatologista Maria Carméli aponta que a xerostomia deixa a mucosa susceptível a infecções fúngicas e a modificações de textura e de coloração. Ressalta ainda as hipovitaminoses como responsáveis por sangramentos da mucosa, hálito fétido, úlceras, lesões tipo liquenóides, glossites (mudança de cor e despapilação da mucosa), síndrome do ardor bucal, retardo na erupção dos elementos dentários e no desenvolvimento da mandíbula, má-oclusão, entre outros. A especialista afirma que a carência de elementos macromi- nerais e microminerais pode comprometer as estruturas e os tecidos presentes na formação de elementos dentários. As deficiên- cias férricas causam problemas graves, inclusive incidência de neoplasias malignas, como câncer bucal, glossite com presença de dor, ardor e atrofia das papilas e disfagia.

Um fator levantado pela odontopediatra Rosana é que a gravidade da doença periodontal também sofre influência de distúrbios psiquiátricos e de estados de ansiedade. Além disso, o estresse e as mudanças oclusais por quais passa os portadores de transtornos alimentares fazem com que eles desenvolvam o bruxismo. Estes pacientes acabam tendo descontroles hormonais e tomando antidepressivos, o que desregula o fluxo salivar. A pesquisadora aponta outro detalhe que pode aparecer em pessoas com bulimia e a que os cirurgiões-dentistas devem ficar atentos: uma lesão no dorso da mão, como uma calosidade e pode evoluir para uma ulceração, conhecida como sinal de Russell, que surge pelo ato de provocar o vômito com os dedos.

A composição dos alimentos, bem como a sua consistência, desempenha papel fundamental nas afecções bucais e, no caso, afeta especialmente quem sofre de obesidade mórbida. Segundo a estomatologista Carméli Sampaio, conservantes, componentes químicos de sucos, refrigerantes e bebidas alcoólicas, entre outros, fazem parte do dia-a-dia alimentar do mundo moderno e, segundo os especialistas, são responsáveis por importantes mudanças estruturais na cavidade bucal e estruturas anexas. Podem acarretar o aparecimento de cárie pelo excessivo consumo de açúcares seguido de higiene deficiente, ingestão indiscriminada de alimentos e líquidos que trazem alterações na mucosa bucal ou no periodonto, e ocasionando perda precoce de elementos dentários. Ela chama a atenção para os distúrbios endócrinos, metabólicos e gástricos, a que os transtornos alimentares conduzem. Como exemplo, cita o diabetes, o hipotireoidismo, as doenças autoimunes, os distúrbios psicossomáticos, as hepatites e outras patologias de etiologias diversas, como as anemias e as hipo vitaminoses, entre outras.

No caso do cirurgião-dentista suspeitar que seu paciente sofra de anorexia por apresentar baixo peso, a odontopediatra Rosana alerta que essa característica sozinha não deve ser considerada um sintoma da doença, principalmente em se tratando de adolescentes, época em que ocorre o estirão de crescimento e eles apresentam físico bem magro. “O baixo peso precisa estar associado ao medo mórbido de engordar. A frequência e a constância com que ocorrem os transtornos são relevantes, além de outros sintomas,” diz.

Já Maria Carméli pontua que “as reações ou manifestações bucais na realidade são múltiplas e de variados aspectos e etiologias”. Ela sugere que os transtornos alimentares de comportamento, metabólicos, nutricionais e psicossomáticos, entre outros, devam ser vistos de forma multidisciplinar.

Processo científico


Processo inicial de erosão dental
Nas pesquisas que desenvolveu e ainda desenvolve sobre as interações entre transtornos alimentares e Odontologia, a cirurgiã-dentista Rosana Ximenes vem avaliando a ocorrência de sintomas da doença entre jovens e a frequência das lesões bucais entre os que têm indicativos de anorexia e bulimia.No mestrado, realizado na Faculdade de Odontologia de Pernambuco, participaram do estudo 1.217 jovens de escolas públicas e particulares de Recife e foi verificada uma prevalência de 17,4% de adolescentes com sintomas da doença. Não houve diferença significante entre os estudantes dos ensinos público e privado e entre o grau de escolaridade dos pais.

Mas em relação ao sexo, a prevalência foi maior entre as meninas. Para dar continuidade e aprofundar o estudo, o projeto de doutorado, ainda em desenvolvimento, está trabalhando com jovens de 12 a 16 anos que demonstraram ter sintomas dos transtornos, para avaliar os problemas bucais e as características depressivas e, a partir daí, desenvolver estratégias de prevenção e tratamento.

Nas avaliações realizadas, os adolescentes identificados com sintomas foram encaminhados para tratamento multidisciplinar, com acompanhamento psiquiátrico, psicológico, nutricional, com médicos hebiatras e outros profissionais necessários. “Se identificarmos precocemente a doença, através da observação dos sintomas e sinais clínicos, o paciente pode nem vir a desenvolvê-la”, avalia Rosana.

Além do exame odontológico clínico, as pesquisas lançam mão de questionários de auto aplicação específicos para identificar se o adolescente apresenta ou não sintomas dos transtornos. O Teste de Atitudes Alimentares (EAT-26), versão brasileira do Eating Attitudes Test, mede comportamentos alimentares restritivos, como dieta e jejum, e relacionados à bulimia e anorexia. O EAT-26 não dá o diagnóstico, mas identifica pessoas com preocupações anormais com alimentação e peso.

No doutorado, Rosana também está aplicando o Teste de Investigação Bulímica de Edinburgh (BITE), tradução do Bulimic Investigatory Test, Edinburgh, para ter mais pre- cisão nos resultados. Ele foi desenvolvido para identificar indivíduos com compulsão alimentar e avaliar os aspectos cognitivos e comporta- mentais relacionados à bulimia. Por fim, também utiliza o Questionário de Auto Avaliação da Escala de Hamilton para Depressão (QAEH-D), para identificação de sintomas depressivos. A pesquisadora e seus orientadores, Everton Botelho Sougey e Geraldo Bosco Lindoso Couto, ainda estão desenvolvendo questionário específico de identificação de lesões odontológicas.

Parte deste projeto foi desenvolvido no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), para que Rosana pudesse acompanhar o tratamento de jovens com diagnóstico de transtornos de alimentação já confirmado, pois no Nordeste não há um centro que trate especificamente esses pacientes.

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Fonte: Revista ABO Nacional